Revisão do Fogão Elétrico Mondial Fast Cook | Harpyja

À parte dos cooktops de indução, um produto de propósito e algumas vezes até aparência similar são os cooktops elétricos, que funcionam a partir de resistências. A grande maioria desses produtos são fixos, como fogões convencionais; porém assim como os fogões que apresentam contrapartes menores e móveis, existem fogareiros elétricos. Este é o caso do Mondial Fast Cook que conta com esse modelo de uma boca de 1000W, mas também há o Fast Cook Dual, com duas bocas iguais e 2000W ao todo.

Com o Fast Cook Dual sendo essencialmente o mesmo produto, mas duplicado, muitos dos pontos trazidos aqui podem ser aplicados a ambos os modelos, com pouquíssima ou talvez nenhuma variação.

Design

O design do Fast Cook parece estar em linha com outros fogões elétricos do mercado, é extremamente similar ao FMA-01 da Agratto e ao Multilaser Easy Cook. O trio compartilha entre si até os detalhes nos cantos do topo, as posições das entradas de ar, a configuração do painel e os dois modelos que não são da Mondial parecem ter o mesmo seletor.

É impossível não supor que eles venham de um único distribuidor. Se traçarmos uma comparação com cooktops de indução de 1 boca, vemos mais variação no design dos modelos, pelo menos a ponto de não criar confusão entre eles. Considerando que são os principais fogões elétricos disponíveis no Brasil, variação seria uma boa escolha para a categoria, mas pode ser que não compense pelo número de vendas.

Em questão de ser portátil, dá para se dizer que sim, o Fast Cook pesa apenas 1,3kg e mede 6,9cm de altura, 22,5cm de largura e 24,2cm de profundidade. A chapa de aquecimento no topo é de uma liga metálica e possui 15,6cm de diâmetro.

Revestido quase totalmente por inox, o corpo não apresenta manchas, riscos ou amassados notáveis. Há um ponto em alto relevo na frente do seletor para marcar a posição, mas é tão sutil que poderia se passar por defeito.

Na frente há uma LED vermelha de funcionamento, a escrita da marca e o seletor. Material escrito é um ponto fraco do produto, o seletor e os números são pretos, totalmente sem contraste e até a logo da marca não é pintada. Não há problema com a logo, sendo uma opção estética, mas o seletor completamente escuro e sem marcações visuais ou táteis óbvias deixa a desejar.

O seletor é removível, mas deve-se cuidar ao removê-lo pois dentro dele há uma pequena chapa de metal que o impede de girar em falso e ao retirar a peça, a chapa cai. Não é complicado colocar de volta, já que não há lado de preferência, mas esse problema poderia ser totalmente contornado caso a chapa estivesse colada.

Existem entradas de ar nas laterais e traseira, estas não são cortantes (a menos que insista nisso). Nas pontas das bases, suportes plásticos criam espaço para os pés de borracha. As peças ficam por cima do metal, e acompanham bem a curvatura do corpo, mas possuem algumas sobras de material. Dois parafusos mantêm cada suporte fixado.

Desempenho

A declaração de 1000W do fogão elétrico é justificada, seu resistor quando ligado consome próximo disso. Porém o consumo de energia estará totalmente ligado ao seletor. Isso pois o termostato do produto atua mesmo na potência máxima, reduzindo a potência média de funcionamento de acordo com os intervalos de liga e desliga do resistor. Utilizando uma panela de alumínio e 2L de água, na opção 6, a máxima, a potência média fica por volta de 550W, dado aos períodos em que o resistor não atua. Na opção 1, a potência média atinge baixíssimos 50W.

O controle do seletor é linear. Esse comportamento muitas vezes não acontece em queimadores a gás, onde a potência fica bem baixa no início do manípulo e salta nos últimos números.

Realizamos o mesmo tipo de teste que fazemos com fogões e cooktops, utilizando de uma panela padrão para ferver 2L de água, e os resultados foram interessantes. Em sua potência máxima, o Fast Cook apresentou uma taxa de fervura abaixo de todos os outros fogões que testamos até então, com 3,3°C/min e levando 21 minutos para atingir o ponto de fervura da água. Mesmo assim o resultado não é totalmente ruim ou fica tão atrás das bocas de 1000W e 1200W testadas, mesmo entregando (essencialmente) 550W.

Isso se deve à eficiência das trocas de calor que ocorrem na queima do gás. Nem toda a energia liberada pela queima do gás é transferida para a panela, e uma grande porcentagem é dispersada para o ambiente. A troca de calor promovida pela chapa de aquecimento é mais eficiente, e consegue transferir grande parte do calor para a panela, sem perdas tão grandes. Isso explica a proximidade dos resultados dado a disparidade das potências das bocas.

De qualquer forma, os resultados do Fast Cook não acompanham bocas maiores na entrega de calor. Se sua preocupação for essa, vale a pena ficar de olho em produtos mais tradicionais como cooktops a gás (principalmente os que tem chama tripla), mas se não possui o espaço, confira os cooktops de indução. Há modelos de somente uma boca que entregam tanto ou mais calor quanto bocas a gás muito potentes, mesmo estando na faixa dos 1000W. A troca interfere bastante no preço, na restrição do material da panela (indução só funciona em panelas de certos materiais) e mesmo os modelos de indução com uma boca vão ser maiores que o fogão elétrico, então compare antes de escolher.

Por outro lado, você pode usar dessa característica do produto para seu benefício. Nem todas as receitas pedem fogo muito alto. Caldos, sopas e molhos podem ser preparados em calor mais brando para não borbulhar; omeletes são preferivelmente feitas em temperaturas mais baixas, dando maior controle do ponto dos ovos. Fizemos um molho bolonhesa como teste, e mesmo na potência máxima, o alimento não espirrou.

Segurança

Como dito anteriormente, o fogão elétrico da Mondial conta com uma LED vermelha para indicar o funcionamento. De qualquer forma, a iluminação não é suficiente e em ambientes claros como a cozinha, não dá para perceber se a luz está ligada ou desligada. Seus 4 pés deixam o produto estável numa superfície.

Por ser quase totalmente de metal, é necessário avaliar também seu aterramento. Caso sua ligação não tenha aterramento, o corpo do produto pode chegar a 78V de tensão de fuga, com exceção do manípulo de plástico. O cabo de alimentação tem extensão razoável, de 90cm, é feito para uma bancada próxima da tomada. O Fast Cook não é bivolt, então atente-se à tensão do seu produto.

Tome cuidado onde for pegar no produto quando ele estiver ligado. Em pontos comuns a temperatura chegou a 87°C, mas isso sem considerar a chapa de aquecimento e arredores imediatos. Próximo do centro a temperatura dispara e fica realmente perigoso, com riscos de queimaduras. Prefira pegar por baixo ou laterais, que atingem por volta de 50°C e 65°C respectivamente.

Limpeza

Um ponto que merecem observações são os pés de borracha. Ao colocar numa mesa com fórmica branca, os pés desgastam e deixam um risco escuro na mesa que precisou ser limpo depois. Se quiser retirar os pés para a limpeza, tome cuidado redobrado pois há acesso direto ao circuito interno do Fast Cook.

Ao limpar o produto sempre desligue a alimentação para não haver problemas. O manual recomenda usar apenas um pano molhado, o que contribui para manter a aparência do inox.

Pontos de acúmulo não devem ser muitos, mas o anel em torno da chapa de aquecimento e o espaço entre os pés e o corpo do produto podem ser os locais mais sujos. A chapa de alimentação em si também pode ficar um pouco manchada, e é recomendado detergente para limpá-la (claro que apenas quando fria).

Conclusão

O Mondial Fast Cook é um produto de uma função com características bem definidas. Se costuma fazer receitas com fogo baixo, pode ser uma boa escolha, mas vale pesar a versatilidade e preço desse e outros modelos de cooktops com 1 ou 2 bocas. A independência de gás pode ser um atrativo, mas sempre se atente com o uso em tomada aterrada e onde vai encostar quando estiver quente.