Avaliação do Liquidificador Arno Power Mix Limpa Fácil | Harpyja

A Arno deu uma renovada em seus modelos de liquidificadores, começando pelo Arno Power Max em 2018 e aos poucos foi mudando praticamente toda a sua linha.

Atualmente a categoria de liquidificadores tem dois estilos, o Power Mix (o mais compacto e com 550W) e o Power Max ( maiores de 700 e 1000W). O Optimix também está presente, mas já é pouco encontrado no mercado. Provavelmente deverá sair de linha

Aí como diferencial esses dois estilos podem ser encontrados com a função "limpa fácil" onde a base é removível.

Design e acabamento

O design do produto é interessante. É uma mistura de estilo antigo com novo. O desenho do copo quadrado, com detalhes na base da jarra parecendo uma rosca de encaixe lembram um liquidificador antigo. A base também tem um desenho mais quadrado, mas ao mesmo tempo curvas que puxam para o moderno.

Apesar de visualmente o produto transmitir robustez, quando manipulando o conjunto, essa percepção logo desaparece. A jarra é fina e acrílica, bem delicada. O conjunto é leve e parece frágil.

Assim mesmo o corpo é bem feito e a cor é interessante. Muitas empresas estão fugindo das cores tradicionais e aqui a Arno também saiu do padrão. O que testamos é um cinza claro, mas neste modelo também tem um bordô e um vermelho (código LQ3x).

Na versão sem base removível há mais opções de cores sendo os modelos LQ1x com jarra leitosa (Polipropileno) e os modelos LQ2x com jarra transparente (Acrílico).

A tampa segue a cor do corpo e é bem simples. A peça tem curvas agradáveis e segue a linha da linha Viva da Philips Walita, onde não tem tampa dosadora, somente um rebaixo e um furo para adicionar líquidos de forma lenta. 

Na área do seletor a interface é uma película preta com uma impressão boa, bem visível e de design agradável. A Arno estampou um ícone na interface e na jarra para destacar que a base é removível. Meio exagerado, pois é uma informação desnecessária no painel. O seletor poderia ter um acabamento pois tem uma deformação no plástico bem no centro. 

Utilização das peças

O seletor é simples e com ranhuras em um sentido que não favorece o uso. Caso esteja de mão molhada, fica liso rotacioná-lo. A marcação da posição também não é das melhores. Dependendo da luz é chato de ver. 

O encaixe do copo na base é bom. Há um ressalto que trava a peça e fica evidente que a jarra está travada. É melhor que o Arno anterior, o  Faciclic LN37. Por outro lado, o encaixe da base removível deixa a desejar. Ele é feito por pequenos dentes na jarra de acrílico. São travas até mais finas que a própria jarra, com somente 1,5 milímetros. Cada vez que eu mexia na base tinha a percepção de que a jarra ia quebrar. Se fosse tritan ou policarbonato, até daria para tolerar esse encaixe desse jeito, mas de acrílico com essa espessura, a área é bem delicada.

A marcação no copo é ótima, visível e sem erros graves de medida. Ela vai até 1,25 litros, mas quando testando o produto aguentou bem mais líquido antes de transbordar (2 litros). Assim mesmo a Arno não recomenda usar acima de 1,25 litros. Só para esclarecer a Arno coloca uma imagem na caixa do produto de uma jarra escrita 2,5 litros. Isso é o volume até a boca da jarra sem tampa. 

A alça é simples, sem curvas nas bordas o que não facilita a empunhadura. Esse tipo de alça é comum ver nos liquidificadores bem simples, como o Mallory Tornado.

A tampa é fácil de abrir e fechar, o que é importante por não ter tampa dosadora. Não há abertura nas laterais da tampa, mas a peça também não veda bem. A vantagem é que quando batendo o líquido não é jogado fortemente contra a tampa. Somente algo estranho acontece, quando adicionando líquido pelo furo do topo, a tampa destrava e quase abre.  

Na base há dois pés de borracha e dois pés de plástico. Quatro pés de borracha seria melhor, mas pelo menos a configuração dos pés de borracha não fizeram o produto andar à toa. Os dois pés de borracha tem uma boa qualidade. 

Na parte de trás o Power Mix tem espaço para recolher o cabo de alimentação. Não é uma tarefa muito prática, mas é possível. Além disso é fácil do cabo embolar dentro do produto e quando estendendo ele trava na saída. Algo mal projetado que precisa de ajustes. Além disso o cabo de alimentação tem 93 centímetros de comprimento e poderia ter uma qualidade um pouco melhor.

Algo importante a salientar é que esse liquidificador não vem com filtro de bagaços.  

Desempenho

Apesar de 5 velocidades, o nível mínimo é ainda bem veloz. Assim mesmo as velocidades são distintas umas das outras.  

Um dos pontos fortes da Arno nos modelos anteriores, como o Faciclic LN37 e o Arno Optimix é o desempenho, mas algo se perdeu aqui, pois o produto está deixando de entregar. 

Quando batendo grãos o resultado deste Power Mix foi 30% abaixo que o LN37. Comparando com todos os outros liquidificadores já testados, ficou abaixo da média, com resultados similares aos liquidificadores de jarras grandes, que deixam a desejar nesse quesito. 

Quando batendo frutas, um dos pontos mais fortes dos Arnos citados, não foi tão bem quanto. Seu corte é ainda bom, mas no passado era ótimo, muito acima da média. Uma pena, pois com essas perdas a Arno está enfraquecendo seu respaldo de desempenho. 

A empresa está divulgando suas lâminas de aço inox com o nome Zelkrom, que fora ter um nome parecido com um Pokemon, não parece ser nada. Pelo jeito é um nome inventado que estão aplicando na Arno, Moulinex e Tefal (todas empresas do grupo SEB, donos da marca Arno).

Visualmente as lâminas são iguais aos liquidificadores passados da Arno, mas pode ser que tenham feito algo diferente, por agora estão divulgando que podem bater gelo com elas. Fizemos testes com ingredientes duros, com gelo e até o momento não vimos lâminas amassadas (algo que vimos no passado). Pode ser mesmo que tenham conseguido melhorar a dureza de suas lâminas, o que é um ponto muito positivo.

Outro ponto interessante deste liquidificador é seu nível de ruído. Não é o menos barulhento, mas está próximo. Seja em velocidade alta ou baixa, seu ruído não é tão incômodo quanto a maioria. 

Quando batendo massas, ingredientes mais viscosos que exigem mais do motor, o produto trabalhou algumas vezes no limite. Fazendo bolos, no momento da mistura da massa o produto bate o pico de potência (420W contínuo). Não trava o motor, mas trabalha no limite.

Limpeza e Segurança

É inegável a facilidade e segurança que a base removível traz para os liquidificadores. Nos Arnos ainda facilita mais, pois as lâminas pontiagudas são mais delicadas para lavar sem se machucar. Ou seja, a adoção do "Limpa Fácil" foi importante. Somente preocupa esse encaixe delicado da jarra. 

Há também uma detecção do copo no liquidificador para garantir a segurança do usuário de somente ligar quando a jarra está encaixada na base. Porém é possível encaixar a jarra no corpo sem estar com a base encaixada. Algum desatento pode facilmente fazer uma "lambança" aqui. 

Na área interna há nervuras finas, com cantos vivos que não agradaram. Pelo menos esses ressaltos finos não vão até embaixo da jarra, o que dificultaria mais ainda para limpar. 

A tampa tem um vão chato de limpar no topo. Só com escova mesmo para acessar a fundo essa área. Fora isso, o corpo não tem muitos cantos para acúmulo de sujeira. O seletor pode ser removido caso líquido derrame na sua junção com o corpo. 

O produto em si tem um ano de garantia, mas lembre-se de que o copo tem somente três meses de garantia, pois é considerado um acessório.

Conclusão

Um liquidificador que visto em uma bancada agrada aos olhos e que quando utilizado deixa a desejar. Para aqueles que já usaram liquidificadores Arno no passado irão perceber uma queda na qualidade do produto. Seja no desempenho, no seletor ou na jarra. A redução de ruído agradou e a remoção da base com lâminas foi algo positivo, mas com o encaixe feito no acrílico, a chance é de dar mais problema do que solução. Valeria pelo menos fazer a jarra de tritan para amenizar essa fragilidade e enriquecer um pouco a qualidade do produto.