Desempenho e Funções
Conforto Sonoro
Design e Acabamento
Praticidade
Limpeza
Segurança
Outros Pontos
Pontos fortes
Pontos fracos
Este é o segundo liquidificador Ariete que avaliamos, o primeiro sendo o Blend&Heat, que se saiu muito bem nos testes. Isso nos deixou com expectativa em relação ao modelo Vintage da marca italiana.
A linha de produtos Vintage é longa, conta com liquidificador, torradeira, chaleira elétrica, espremedor de frutas, triturador de alimentos... Cada um com 3 opções de cores: azul, verde ou bege. A Ariete realmente aposta forte nessa estética.
Talvez estejam se aproveitando da linha como oportunidade de se diferenciar no mercado. Entre várias marcas mais conhecidas no Brasil e com visual comum, o consumidor se depara com a opção única para esse estilo bem definido.
Quando falamos Vintage geralmente referenciamos o período entre as décadas de 1920 e 1960, porém o termo é mais abrangente. Há quem use para indicar que o artigo apontado tem entre 20 e 100 anos. É um termo que representa uma estética antiga, trazida diretamente para os tempos atuais através da peça de roupa, quadro (ou liquidificador) original. É diferente de Retrô, que reimagina a aparência de décadas passadas com toques atuais.
Por isso, na realidade, esse liquidificador da Ariete é retrô. Um produto moderno, construído em tempos recentes, que se inspira na aparência de uma época passada. E faz isso muito bem. Seu design é claramente diferente dos mais de 65 liquidificadores que avaliamos.
Sua base é totalmente em plástico rígido. Grande parte é verde (ou azul/bege dependendo de sua escolha), com outras regiões bege. Algumas peças são contornadas com plástico cromado, dando destaque e deixando a silhueta mais interessante.
Apesar de possuir várias peças, os encontros entre elas estão muito bem feitos. Tudo está bem encaixado e não há erros perceptíveis no corpo, a construção agrada bastante.
No topo aparece Vintage escrito em cinza com uma fonte mais cursiva, enquanto perto da base temos um adesivo em alto relevo da logo italiana. Em volta do seletor, as velocidades estão marcadas em marrom, legíveis.
O que poderia estar melhor é seu seletor. O botão é pequeno, e para girá-lo é necessário usar os dedos em pinça. Se você possuir algum problema de mobilidade ou para agarrar, pode ter problemas com o seletor. Um botão maior iria garantir mais área para contato e apoio na hora de girar.
Outro problema surge ao usar o Pulsar: a rotação é rígida. Isso junto ao botão pequeno faz com que a pegada fique desconfortável.
Quando está acoplado à jarra o Vintage possui 40,4 centímetros de altura, 20,6 cm de largura e 18,8 cm de comprimento.
A jarra também foi pensada na estética. Tem poucas “abas internas”, as chamadas aletas. Isso ajuda a visualizar seu interior, mas interfere no desempenho (veremos mais para frente). Casando com essa ideia, a tampa é de um plástico totalmente transparente. Visualmente, é bem interessante.
A alça é bem espaçosa, com um perfil reto. É menos confortável do que se fosse curvo, mas permanece firme. Por ser uma jarra de vidro temperado, com 6 milímetros de espessura, é um tanto pesadinha. Vazia pesa pouco mais de 2 kg, metade do peso do produto como um todo.
Tem capacidade para 2050 mL até a tampa. Pensando no quanto é possível usar sem transbordar, são 1590 mL. Dado que a última marcação de volume aponta 1500 mL, dá para usar até o nível máximo indicado sem problema.
Essas marcações de volume são mais ou menos precisas, com erros de até 30 mL. Não é um bom lugar para medir, mas dá pra ter uma ideia da quantidade presente na jarra com tranquilidade.
A tampa desse liquidificador Ariete tem uma aba para facilitar a abertura e um anel de silicone para vedação. Em alguns modelos o anel deixa difícil abrir e fechar, precisando de força. Aqui não é o caso.
A vedação é bem feita. Quando fechada adequadamente é difícil que algo vaze. Por outro lado, o anel pode se dobrar ao fechar, e assim abrem pontos que podem deixar um pouquinho de líquido escapar. Apenas fique de olho, provavelmente será um mal encaixe do anel de silicone, que é facilmente removido e acoplado.
Para encaixar a jarra no Vintage, há somente uma opção disponível. Parte do encaixe está abaixo da alça, e só se conecta com ela virada para a direita. Não tem confusão sobre a direção quando for encaixar, já que a região da alça é mais proeminente para a lateral.
O sistema de lâminas desse liquidificador Ariete conta com 2 pares de lâminas. Um deles é serrilhado e aponta para cima, enquanto o outro é de corte liso e aponta para baixo. É possível remover as lâminas da jarra.
O liquidificador Blend&Heat tem um eixo de alta qualidade, que o possibilita lidar com alimentos por longos períodos de tempo e até fazer sopa quente! Aqui o sistema de eixo é mais comum. Com encaixes plásticos que aparecem em vários outros modelos.
Fora do Brasil, aparecem dois acessórios para este liquidificador. Jarras pequenas para moer, aparentemente uma para grãos e outra “multiuso”. Até há imagens no manual de instrução, o que pode apontar para uma possível disponibilização dos acessórios no Brasil. Por outro lado, podem estar presentes apenas porque o manual é uma tradução do original.
O modelo Vintage tem 4 opções de velocidade, e cada uma delas vai entregar cortes diferentes. As únicas velocidades parecidas são 3 e 4, porém ainda permanecem suficientemente diferentes entre si. Entre a velocidade mínima e a máxima há 32% de variação de velocidade, o que o torna um produto versátil.
A qualidade no corte de líquidos pode ser boa, mas a água e frutas não são bem direcionadas para as lâminas. Isso prejudica a homogeneidade, e faz o produto entregar pedaços de frutas com vários tamanhos diferentes.
Deixar bater por mais tempo é uma opção para garantir mais cortes e atingir um resultado melhor. Abaixo está o resultado que sobrou de um limão, após passar pela peneira e desidratar.
Para triturar gelo, o Vintage não se saiu muito bem. Os cubos pulavam e iam parar nos cantos da jarra. Não permaneceram em contato com as lâminas durante muito tempo.
Grande parte do gelo foi pouco moído, sobrando muitos cubos praticamente intactos. A parcela que foi triturada estava num ponto agradável, em grandes flocos. Vai ser necessário pulsar por algumas dezenas de vezes para chegar num resultado final que agrade.
Ao menos as lâminas não sofreram dano. Se escolher trabalhar com alimentos congelados, será possível manter a qualidade do corte durante um bom tempo.
Mesmo lidando com alimentos líquidos, houve grande dificuldade para movimentar os ingredientes. Criavam-se bolsões de ar em torno das lâminas. A massa não era batida ou misturada, ficou fibrosa.
Depois de ajudar algumas vezes com uma espátula, a mistura começou a tomar consistência e se movimentar melhor. Assim que começou a fluir, foi bem sem parar ou precisar de mais ajuda. O problema é não ter começado assim. Para chegar no ponto que alguns liquidificadores alcançam entre 30 segundos e 1 minutos, o Ariete Vintage demorou 7 minutos.
Depois de acrescentar farinha e açúcar, a mesma situação se repetiu. Levou um tempo considerável para começar a misturar os ingredientes secos. O lado positivo é que nesse ponto a massa já tinha conseguido certa consistência e era possível movimentá-las aos poucos pulsando segundos por vez. Novamente, após começar a misturar a massa, seguiu muito bem e sem ajuda.
Aqui o problema novamente é a falta de turbulência na jarra de vidro. Há meios para forçar a convergência dos alimentos para as lâminas, mas (talvez em nome da estética) praticamente nenhuma estratégia é aproveitada nesse liquidificador.
Em questão do conforto sonoro, o Ariete Vintage se sai bem. Fica dentro da média na velocidade máxima, registrando 83 dBA. Na velocidade mínima é um pouco menos ruidoso que a média, com 73dBA.
A limpeza do corpo vai ser mais chata do que a maioria dos liquidificadores simplesmente pelo fato de possuir mais peças. São mais lugares para acumular farinha ou poeira. O lado bom é que o plástico é liso e vai ser tranquilamente limpo com um pano úmido. O material do corpo (provavelmente ABS) também é mais resistente a riscos do que outros produtos do mercado de PP.
Com a jarra de vidro, fica bem mais fácil a limpeza. O material não fica com cheiro, engordurado ou risca. O interior e exterior com poucos detalhes ainda agiliza a limpar. Algo parecido pode ser dito para a tampa, mas ali há perigo de riscar. Se mantenha na parte macia da esponja e remova o anel de vedação quando necessário.
Como as lâminas se desconectam da jarra, o acesso é mais simples. Apesar disso, o eixo ainda ser mais difícil de limpar. Após bater a massa de bolo, por exemplo, a parte debaixo das lâminas acumula alimento e é difícil tirar. Ao limpar com escova ou esponja, tenha certo cuidado, mas não é para muito. As lâminas não são pontudas, mas as lisas tem seus gumes viradas para cima.
Enquanto bate, o Vintage fica bem estável. Em sua base há 4 pezinhos de borracha que o mantém no lugar. O máximo que pode acontecer é no primeiro golpe da lâmina ele rotacionar um pouco no lugar, mas depois disso permanece fixo.
Na traseira da base é onde sai seu cabo de alimentação. Conta com 125 cm de extensão. Não é ruim, mas seria interessante se tivesse ao menos mais 30 centímetros de comprimento.
Faltam informações a respeito da garantia do produto. Não há nada claro no manual de instruções, porém o Ariete Vintage tem 1 ano de garantia. Se precisar entrar em contato com a marca ou procurar locais para fazer reparos, é possível preencher um questionário no site oficial da Ariete.
A Ariete entregou um liquidificador com grande personalidade e uma limitação muito clara: sua jarra. Um desenho interior que convergisse os alimentos para as lâminas garantiria resultados com alimentos muito superiores aos obtidos aqui. Ainda assim, é um produto com aparência única, bons materiais, construção, conforto sonoro, vedação… Vale o consumidor pesar suas decisões.