Pontos fortes
Pontos fracos
A Samsung tem vários modelos de ar condicionado no mundo todo, porém aqui no Brasil a aposta é nos modelos Windfree. Com exceção de um, todos os modelos disponíveis possuem essa tecnologia que promete eliminar os jatos de ar frio (quem já ficou embaixo do ar condicionado sabe o quanto pode ser incômodo) sem prejudicar o resfriamento do ambiente.
Os “modelos” diferentes são algumas variações do mesmo conjunto base, que podem ser encontrados em 9000, 12000, 18000 e 24000 Btus; além de nas opções Quente e Frio, ou só Frio. Todos têm a mesma cara, mas os modelos de 18000 e 24000 Btus são um pouco maiores e suas unidades internas mais compridas.
Todas as versões possuem tecnologia Inverter, como o caso do Midea Airstill, avaliado lá por setembro, que vai servir como uma boa comparação a esse Samsung pois também possui sua própria função parecida com o Windfree, a “Breeze Away”.
O corpo é todo branco, tirando o visor que é escuro. O design agrada: no geral são linhas simples e retas, sem muito destaque, a leve exceção é a área frontal. Coberta por uma peça toda furada, ao invés de só a aleta principal como o Air Still, o preenchimento de parte dos furos parece uma toalha de renda simples, formando um leve padrão.
O acabamento da unidade interna é bom, as peças estão alinhadas e bem encaixadas. As laterais da unidade são de plástico mais poroso, e vale ter cuidado para não sujar a área com as mãos porque a limpeza desse tipo de superfície é mais difícil. O visor escuro não causa confusão com seus leds brancos, e a claridade não é suficiente para incomodar mesmo numa sala escura.
A unidade externa é sólida e metálica, pintada de branco/cinza com alguns detalhes na cor natural do metal. A Samsung anuncia serpentinas de cobre para o modelo e oferece 10 anos de garantia para o compressor.
O conjunto é acompanhado por um controle remoto. Infelizmente a peça vem totalmente em inglês, o que prejudica um pouco o entendimento. Este controle remoto sofre de problemas parecidos do ar condicionado da Philco (revisado há algum tempo) em que o botão é compartilhado por alguns modelos; por isso há botões sem função: “Purify”, “Direct” e “Indirect”. Apesar disso, o controle é prático e disponibiliza várias funções com poucos botões.
A oscilação das aletas é totalmente controlável e pode ser acionada pelo controle remoto por seus dois botões: vertical, lateral ou ambos; apertar o botão novamente as faz parar no lugar. O ângulo máximo formado é de 50° para a esquerda, e 40° para a direita. Bem mais simétrico que o Midea com 25° para a esquerda e 60° para a direita. Sua oscilação vertical é igual ao da Midea, se inclinando 65° para baixo.
As aletas do Samsung são mais simples que as do Airstill, e mesmo direcionando para cima, ainda há certa quantidade de vento que escapa por baixo.
A unidade ajusta automaticamente suas configurações para fazer o ambiente atingir 24°C. Nesse modo, até o controle da velocidade do ventilador fica restrito.
O modo mais tradicional, onde o objetivo é resfriar o ambiente.
O ar condicionado se aproveita de seu funcionamento habitual que retira a umidade do ambiente.
Apenas o ventilador da unidade é ativado, a unidade não resfria ou aquece.
Ao contrário do modo de refrigeração, a unidade funciona para esquentar o ambiente.
Pode ser usada em conjunto com os modos de refrigeração e aquecimento. Faz com que o ar condicionado esfrie ou esquente o ambiente o mais rápido possível, acionando a ventoinha numa velocidade acima da máxima.
A unidade funciona diminui a velocidade do ventilador para abaixo da mínima, de forma a produzir o menor ruído possível.
O ar condicionado funciona na configuração de 24°C, com velocidade de vento controlada e oscilação vertical ativada. Nesse modo o controle de temperatura do produto é alterado. A unidade regula a sala para 24°C e desliga, religando ao atingir 25°C. Em funcionamento comum, a unidade permaneceria ligada em potência baixa, eliminando essa oscilação de temperatura. Por conta do liga e desliga, o consumo de energia cai: num período de 1h e 50min a economia foi de 0,16kWh, gastando 34% menos energia que o resfriamento comum em 24°C nas mesmas condições.
Pode ser usada em conjunto com os modos de refrigeração e aquecimento. Com base no tempo de duração definido na função timer, a temperatura flutua de modo a garantir uma melhor noite de sono. Funciona em 3 estágios: na primeira hora, diminui cerca de 2°C da temperatura selecionada; entre 2 a 7 horas de funcionamento eleva a temperatura em cerca de 2°C; após isso eleva a temperatura em 3°C.
Remove o barulho emitido pela unidade ao pressionar o botão dos controles.
Apaga as leds do visor.
Mostra o consumo em kWh no visor, a resolução e menor valor mostrado é de 0,1 kWh. Reinicia o registro a cada vez que liga o produto. Em nossos testes, a função se manteve próxima do resultado real, mas a precisão cai na primeira hora, provavelmente pelo inversor de frequência alterar a potência com certa regularidade, o que deixa o registro instável.
Define um tempo (de 30min a 8h) para que o produto ligue ou desligue ao atingir esse ponto. Você pode programar ambos ao mesmo tempo, mas perceba que o timer começa a contar a partir do momento que o definiu. Então um produto com ON em 3 horas e OFF em 5 horas vai funcionar por 2 horas apenas.
Regula a temperatura regulada para a sala.
Regula a velocidade do vento gerado pela unidade em 4 níveis distintos. Cuidado para não confundir com o modo de ventilação de mesmo nome, o modo ativa apenas a ventilação do conjunto e o botão Fan regula a velocidade do ventilador em qualquer função ou modo disponível, inclusive no Modo Fan.
O manual desse ar condicionado da Samsung não agrada. É bem explicado como ativar cada função através do controle remoto, mas falha em mostrar o funcionamento de cada. Um exemplo é a função good’sleep que só conseguimos informações sobre no site oficial da empresa. Esse comportamento também aparece em outras seções e simplesmente parece faltar informação. Em um produto onde o manual é imprescindível até para a instalação, poderiam ter trabalhado mais nesse aspecto. Comparando com a Midea, o manual do Airstill são dois livretos bem explicados e com bom material visual, até o modelo portátil deles parece ter o manual mais claro que o Samsung Windfree.
Outra variação desse modelo é o Samsung Windfree Plus, que pode ser controlado pelo app SmartThings da própria empresa. Em comparação, a Midea opta pela venda de um módulo (instalado pelo consumidor) que faz a conexão com seu aplicativo. São estratégias diferentes, mas a opção modular traz mais liberdade para o consumidor. Ao comprar o produto, se atente ao nome, ou pode acabar com o modelo sem WiFi e não poderá fazer o upgrade depois.
O uso do aplicativo permite criar rotinas para o produto, como ligar o ar-condicionado ao iniciar a televisão. A opção é ainda mais interessante para quem tem outros produtos Samsung e consegue fazer mais conexões e interações entre eles.
O Samsung Windfree foi instalado numa sala de 17m² que recebe bastante sol durante grande parte do dia e fica a 6m de distância de sua unidade externa. Os testes foram feitos durante o dia e a tarde, períodos onde o sol é mais intenso, para realmente testar os limites do ar condicionado.
Iniciando com a sala em 32°C, o produto trabalhou quase sempre no máximo de suas capacidades para levar o espaço a 18°C. Inclusive a média das primeiras horas foi de 1224W, acima da potência declarada do produto (1080W); com consumo médio de 1,22 kWh por hora.
Na primeira meia hora, o Samsung conseguiu abaixar a temperatura da sala em 7°C, chegando a 25°C. Dá para perceber que o conjunto sofreu um pouco nesse teste já que o compressor desligou 2 vezes por 10-15 minutos cada vez; nestes períodos a temperatura da sala subiu em 5°C. Após desligar pela segunda vez, a unidade retornou com a mesma potência de antes, mas rapidamente começou a trabalhar mais moderadamente, em 990W. A medida pareceu por segurança, ainda mais dado o histórico do teste, porém damos o benefício da dúvida pois nessa hora já era fim de tarde e o sol não estava mais tão intenso como antes. Mesmo com a queda de potência, a temperatura da sala caiu na última parte do teste. Ao final do dia a temperatura da sala por pouco não chegou a 18°C e o consumo médio ficou em 1,03 kWh.
Com uma temperatura mais amena, a sala saiu de 25°C e em torno de 15 minutos se estabilizou em 20°C. A unidade trabalhou com folga para atingir 18°C, em torno de 750W, e o consumo foi menos da metade do gasto no teste anterior: 0,35kWh por hora.
Na condição de aquecedor, os resultados foram positivos. Deixamos o Windfree trabalhando durante a noite e a madrugada, fazendo uso da função Timer para desligar o produto. A temperatura da sala marcava 16°C no início do teste, e configuramos a unidade para aquecer a 28°C. Em 15 minutos o ambiente estava consideravelmente mais agradável, atingindo seus 24°C; em 50 minutos a sala alcançou 28°C. Após esse ponto a temperatura seguiu subindo levemente e após pouco mais de 2 horas estabilizou entre 29 e 30°C (pouco acima do configurado). Durante o período de funcionamento, o produto trabalhou com folga e o consumo médio das 9 horas de funcionamento registrou 0,64 kWh.
As temperaturas de saída desse ar condicionado da Samsung foram muito boas. Na configuração fria o produto produzia brisas a 6°C (a mais fria que medimos até agora), e na opção quente marcou 48°C (a mais quente já registrada na Harpyja). Nesse quesito o produto surpreendeu.
Para calcular o impacto na conta de luz, vamos considerar o produto funcionando por 10 horas e as taxas de energia elétrica em Curitiba (mar. 2022). Considerando o consumo médio da situação de resfriamento da sala a 32°C o acréscimo seria de R$8,78 por dia, enquanto que em 25°C o aumento diário seria de R$2,98. Aquecendo pela função Heat, o acréscimo seria de R$5,49.
Sua potência de standby é de 4W, e aqui vale dar reconhecimento para outro ar condicionado revisado recentemente, este modelo da Philco marcou apenas 1W em standby. O gasto com o produto desligado é baixo, mas constante enquanto o produto permanece ligado à tomada. Se permanecer o mês inteiro desligado, o acréscimo na sua conta de luz será de R$2,45. No caso da conexão ser direta, o único jeito de impedir o consumo é desligar o disjuntor cujo produto esteja ligado, mas se possível retirar o produto da tomada, o efeito é o mesmo.
A velocidade de vento máxima atinge 16,3 km/h e a mínima 12 km/h. A mínima continua sendo bem alta para um produto do tipo, porém com a opção Windfree (livre de vento, em tradução livre) a aleta especial é fechada e o fluxo é dispersado por todos os furos da frente do produto. Nessa condição a velocidade do vento marca apenas 2,7 km/h, praticamente imperceptível.
A velocidade de vento consegue ser ainda mais baixa que o Midea Airstill na função “Breeze Away” na velocidade menor. É inesperado que o Samsung saia na frente, pois o Midea consegue ter um controle maior de velocidade de vento, indo de “1% a 100%”, enquanto que o ar condicionado da Samsung funciona com base em velocidades já predeterminadas.
O interessante dessa situação é a velocidade de vento similar sem as mesmas limitações do Airstill. O Samsung consegue habilitar a função Windfree sem se preocupar com as condições de umidade e temperatura, ou possui um intervalo bem maior de funcionamento nessa função. No manual faltam informações que indiquem as condições de uso adequado dessa funcionalidade (se é que há limitações, como o Midea), porém é mostrado que é possível usá-la em conjunto com os modos de Refrigerar, Desumidificar e Ventilar (atuando como um circulador de ar). Sendo possível ativar a função Windfree num intervalo maior de condições, ponto pro Samsung.
Em funcionamento, o produto é silencioso. A um metro da unidade interna, registramos o ruído mínimo de 35 dBA. Não é o mais silencioso que testamos até agora (Midea ficou quase inaudível com 30 dBA), mas continua sendo um ruído baixo. O ruído máximo de ambos empata com 45 dBA e continua sendo muito bom, ficando abaixo de muitos ventiladores na velocidade mínima.
Os problemas maiores de limpeza realmente são devidos ao material da unidade interna, como citado acima. O produto está aqui na Harpyja há uns 6 meses e já está bem marcado nas laterais. Passamos um pano molhado, mas a limpeza vai pedir mais que isso.
Para retirar os filtros não é preciso abrir muito o produto, no topo e só abrir uma seção para ter acesso a eles com facilidade. O material dos filtros é bom e parece aguentar algumas boas lavagens sem sofrer danos. No manual há recomendações para limpar os filtros com aspirador de pó ou escova macia e deixá-lo de molho antes de secá-lo à sombra. É pedido que você faça o procedimento a cada 2 semanas ou quando o visor avisar “CF”, pedindo para você limpar o filtro. Ao final do processo é importante selecionar “Reset Filter” pelo controle remoto para reiniciar a contagem do Windfree.
Além das funções descritas anteriormente, neste ar condicionado da Samsung há a função de Limpeza Automática para o caso da unidade interna exalar algum tipo de odor. Essa função é ativada pelo controle ao segurar o botão “Options” por 3 segundos. Também é possível cancelá-la, se necessário. Nesses momentos, parece que o ventilador do produto gira pro lado contrário para liberar alguma sujeira que capturou, mas é difícil de realmente conseguir ver qual o processo.
O Samsung Windfree é um ar condicionado visualmente agradável, com bom acabamento. Possui funcionalidades interessantes e entrega o que promete. Pode gerar movimento de ar quase imperceptível com baixo ruído. Comparando com o Midea Air Still, o Samsung entrega um pouco menos em suas funcionalidades e variação de velocidade, porém pode compensar em não depender de condições restritivas de temperatura e umidade para usar a função Windfree. Só é importante decidir se quer WiFi antes da compra, pois depois não há como fazer o upgrade.
