Pontos fortes
Pontos fracos
A Mondial Master Bread abre uma categoria nova na Harpyja: panificadoras. Esses eletroportáteis prometem trazer praticidade para o dia-a-dia, preparando várias receitas (não só pães) de forma mais independente. No mercado se encontra modelos de panificadora da Philco, Cadence, e até alguns com aparência similar à Master Bread, como a Multipane da Britânia. A Mondial disponibiliza o modelo nas cores preta e branca.
A Master Bread tem um design simples, com uma curva que vai da base ao topo e quebra o que poderia ser um desenho bem quadrado. O revestimento externo do corpo é quase todo de plástico preto lustroso, com exceção para o painel enquadrado por cinza fosco, e a pequena “janela” de vidro acima da forma.
Em questão de acabamento, os encontros entre as peças estão razoáveis, sem muito espaço para reclamar ou elogiar. O que fica perceptível é o encontro da porta com o corpo: de um lado está bem melhor que o outro; e os rechupes que aparecem por todo o corpo.
O interior metálico não é pintado, a resistência fica bem acessível e circunda a forma quando posicionada. O acabamento interior é mais vulgar, com parafusos aparentes e encontros das peças bem demarcados.
Esta panificadora da Mondial vem com forma, batedor e outros 3 acessórios: copo e colher medidora, além de um gancho para a retirada fácil do batedor.
A forma é larga, com 17,2 cm, de altura tem 13,8 cm e 13,4 cm de profundidade. O interior é revestido por uma camada antiaderente, mas não o exterior. Uma alça metálica facilita levantar e retirar da panificadora. O batedor é no formato de uma grande “asa” (também revestida em antiaderente) que fica bem no centro da base.
Um anel externo trava a forma no corpo, e para destravá-la basta girar no sentido horário. Um clique indicará que você pode retirá-la. A trava é um pouco dura e o clique fica alto por ser metal batendo em metal, mas no geral ela prende bem sem interferir no antiaderente.
Não tivemos problemas para desenformar os alimentos após o preparo, graças ao antiaderente, porém em alguns casos o batedor se mantém alojado na massa; é quando o gancho entra em jogo. O gancho é uma pequena peça metálica desenhado para se encaixar na base do batedor. Apesar de simples, é útil e tem espaço suficiente para envolver os dedos e puxar.
O copo e colher são de plástico PP transparente. As medidas são próximas da realidade, mas todas as marcas do copo tem exatamente o mesmo erro de 5 mL, curioso.
O painel pede um pouco de tempo para entender bem, o menu fica totalmente escrito em cima do visor de forma simplória mas eficaz. Ao percorrer as receitas pelo botão “Menu”, o visor mostra o número da receita correspondente, além do tempo do ciclo e a disponibilidade de usar as funções Peso e Ajuste de Cor.
No geral o material escrito só dá boa leitura a certa proximidade, pedindo que chegue ainda mais perto para as indicações do estágio do ciclo nas laterais do visor, escritas em letras pequenas. O painel é coberto por uma película, que também impede que as informações sejam danificadas ou riscadas com facilidade.
A função timer atrasa o final da receita, para isso basta utilizar os botões posicionados no centro para somar ou subtrair 10 minutos. O tempo total do timer é de 15 horas e esse período já engloba o tempo de preparo do alimento. Nesse caso, o fim da receita ocorre ao cronômetro atingir 0:00.
Não são todas as opções que aceitam essa funcionalidade, os que permitem são: rápido, pão francês, integral, sem glúten, cookies, pizza, bolo e sanduíche. Os demais ciclos não permitem o timer por questão de validade dos insumos. Se for realizar uma receita que o timer esteja disponível, mas que irá usar alimentos facilmente perecíveis considere não deixar esses ingredientes na forma por horas.
Uma outra utilidade do timer é aumentar o tempo da função de amassar, o tempo padrão de 8 minutos pode ser estendido para até 45 minutos.
Alguns ciclos variam o tempo em relação ao peso da massa. Ao escolher as opções 500g, 750g e 1000g, o tempo do programa aumenta 5 minutos a cada aumento.
Algumas opções não mostram a seta superior, e não permitem a função Peso: cookies, pizza, amassar, bolo, geleia, iogurte, assar, descongelar e tostar.
Já o botão “Cor” funciona apenas para os processos de assar. As opções Claro, Médio e Escuro aumentam a temperatura interna para deixar a casca do pão na cor desejada. Por exemplo, o programa “Pão básico”, assa o pão a uma temperatura média de 170°C para a casca ficar clara, ao selecionar escuro a temperatura média de assar gira em torno de 190°C. É bom que o consumidor acompanhe algumas vezes o processo, pois a cor do pão é um gosto peculiar de cada pessoa.
Confira na parte inferior a existência da seta, as opções sem ela não permitem a função Cor: cookies, pizza, amassar, geleia, iogurte, descongelar, tostar
Nas receitas de pães e bolo, após o fim do ciclo a panificadora entra no modo Manter Aquecido por 1 hora. Nessa função, a temperatura média é mantida em torno de 88°C.
A Mondial Master Bread conta com 19 funções distintas, possibilitando a realização de várias receitas. Detalhe legal do produto é que pelo tamanho da forma, o pão não é muito grande. Assim o consumo será rápido, evitando que se estrague.
É declarado no manual de instruções o tempo de preparo de cada receita, e os valores estão corretos em quase todos os casos. Houve diferença de alguns poucos minutos em algumas receitas, porém pouco relevante. A única diferença mais significativa fica na opção Geléia, que demorou 15 minutos a menos que o indicado.
A resistência do produto tem 700W de potência, mas raramente chega a tanto. Na maioria das receitas fica em torno de 600W, apenas chegando no limite nas funções Cookies, Geléia e Tostar. O consumo de energia da panificadora varia bastante dependendo da receita. É de se esperar pelas mudanças em tempo, temperatura e ações tomadas em cada ciclo. Em média, as receitas de pão consomem pouco acima de 0,3 kWh; enquanto Bolo fica por volta de 0,38 kWh. Programas mais simples como Cookies, Pizza e Amassar podem consumir pequenas frações disso.
Todos os programas referentes à pães, possuem as mesmas características de ciclo. Batem a massa, fazem um leve aquecimento até aproximadamente 33°C a 40°C, para que ocorra o processo de fermentação antes de assar.
As diferenças aparecem na temperatura em que assam (variando entre 175°C e 195°C), e no tempo que cada ciclo gasta batendo, fermentando e assando a massa. Mesmo que os programas pareçam ser similares, há ao menos uma dessas diferenças entre eles.
Durante o processo de amassar o pão, é emitido um alerta sonoro e visual, avisando para adicionar ingredientes extras (seja líquidos ou farinha) na massa do pão caso você julgue necessário. Uma recomendação do fabricante que é pertinente, é que dependendo do dia e dos insumos usados a massa pode ficar mais seca, ou mais úmida. No nosso caso, aproveitamos o intervalo para acrescentar mais leite pois a massa havia ficado um pouco seca.
Testamos a receita de Pão Caseiro, e o resultado foi agradável. Uma casca fina porém crocante e o miolo macio. Seguindo a receita do manual, a massa cresceu e assou bem.
Ambos os programas são bem parecidos e não apresentam nenhuma opção de peso ou cor, servem apenas para preparar a massa. Após bater, a panificadora dá uma leve aquecida até aproximadamente 40°C para ajudar na fermentação.
Dispensa explicação, é o programa mais rápido de todos, apenas 8 minutos, realiza somente processo de amassar, para quem não quer (literalmente) por a mão na massa. Se o tempo parece pouco para você, ainda é possível estender pela função timer, chegando a 45 minutos de sova automática.
O programa bolo possui um comportamento diferente, sem período para fermentar. O processo é todo feito a frio, e o fermento é acrescentado no meio do processo de bater a massa (ao sinal do aviso sonoro), isso por se tratar de um fermento químico, que reage quando misturado com líquidos; se essa mistura ocorrer antes o bolo desanda, como dizem os boleiros. Após o período de mistura, a Master Bread já começa o processo de assar, por não ser necessário esperar a fermentação da massa como os pães.
Por usar a mesma forma, o bolo acabou com o mesmo formato dos pães. A base acabou rachando por conta do batedor, mas a massa permaneceu macia e agradou nossos paladares.
No princípio achei um programa meio nada a ver, mas após experimentar o resultado do teste real, fiquei surpreso. O sabor e o odor são exatamente o que se espera, e a consistência firme dá uma sensação de mais “autenticidade” do que os produtos que se compra no mercado.
O ciclo completo demora 8 horas, tempo que a forma fica continuamente em torno de 45°C. A resistência liga e desliga o tempo todo durante o processo, e a diferença entre os picos de temperatura é grande. A flutuação ultrapassa os 15°C do valor mínimo para o máximo, seria interessante um controle mais preciso da temperatura interna.
Uma ressalva deve ser dada neste programa, estamos falando de alimentos que são muito perecíveis, é necessário muito cuidado com contaminação e vale uma boa limpeza da forma no geral para assegurar que não ocorra nenhum problema depois de pronto. Outro detalhe é o consumo do iogurte: ideal que não demore para consumir.
A Mondial não especifica esses pontos no manual, mas é bom sempre cuidar na hora de prepará-lo.
O programa geléia, é uma grata surpresa, pois o teste real com morango ficou saborosíssimo. O processo é uma mistura de cocção (em torno de 145°C) com movimentos do batedor para amassar as frutas.
Neste programa o usuário precisa atentar para o tamanho dos pedaços de fruta que estão na panificadora, pois o batedor faz movimentos rápidos e pedaços muito grandes podem sair voando no início do processo. Esta é uma observação que falta no manual, tanto que fizemos com morangos inteiros. Até mesmo durante a cocção, pode espirrar e fazer uma lambança no interior da Master Bread.
Este foi um dos programas que mais sujou a panificadora, e um dos mais difíceis de limpar, pois o açúcar depois que esfria… Meu amigo, dá trabalho pra limpar.
Programa específico para tostar amendoim, amêndoas e castanhas. O interior permanece em torno de 185°C durante o programa e o batedor faz movimentos mais lentos que o programa de geléia. Uma mudança interessante seria usar a mesma velocidade para o programa da geléia, assim não espirrava tanto a fruta quanto o caldo para fora da forma.
Usamos para fazer torrar amendoim e preparar amendoim doce, aquele com casquinha de chocolate e açúcar. O resultado da torra foi o que se esperava: grãos dourados e casca escura se soltando.
Na receita doce tivemos uma boa crosta que cobria o amendoim, mas sem ser muito grossa. Parte dos ingredientes usados na receita doce ficaram grudados e formaram algumas crostas de açúcar e chocolate na parede da forma. Isso mostra que é preciso tomar cuidado, para atingir o ponto certo do alimento.
A cada botão pressionado a Master Bread emitirá um aviso sonoro, que não tem como desativar. Se for utilizar durante a noite, vale usar somente em lugares afastados de onde se dorme. No meio de algumas receitas há uma pausa (e aviso sonoro) para se acrescentar ingredientes extras, e o fim dos ciclos é indicado por uma série de 10 bips.
O volume do produto em funcionamento é baixo e não irá incomodar, mas os bips são mais agudos e a repetição pode perturbar.
Segurança
Apesar de assar massas em seu interior, o isolamento térmico do Master Bread é bom e não permitiu uma temperatura muito alta no corpo, com o máximo na faixa dos 90°C. O problema fica na resistência que é exposta e atinge valores altos. Sempre espere esfriar bem para limpar ou interagir com o interior do produto e não terá problemas.
Outro ponto importante de segurança é o aterramento da tomada, principalmente nesta panificadora em que a parte interna é toda metálica. Numa tomada com conexão incorreta, tanto o interior metálico quanto a forma conectada podem proporcionar sensações desconfortáveis se encostar em partes sensíveis do corpo. A sensação é bem leve, mas o aterramento assegura que não acontecerá.
Esta panificadora da Mondial não identifica a presença do batedor ou da forma, e portanto seu eixo pode começar a girar mesmo sem nenhum acessório conectado a ele.
A estabilidade do produto é boa, e seus quatro pés fizeram um bom trabalho em impedir que balance. Ele ainda oscila levemente quando batendo massas pesadas, mas não há perigo de tombamento. Um ponto fraco ficou com o cabo de alimentação, sua extensão de 94 cm é curta e, ao sair do meio da base, acaba reduzindo a distância que essa panificadora Mondial pode ficar da tomada.
A Master Bread tem um temporizador caso falte energia: continuando a programação caso o tempo de falta for menor que dez minutos. A viabilidade de retomar acaba dependendo do tipo de massa que está sendo preparada, caso a receita tenha muitos ingredientes perecíveis (ovos, leite) o melhor pode ser descartar e fazer uma nova. Após o início de algum programa, para cancelar é necessário segurar o botão de Iniciar/Parar por 3 segundos, o mesmo precisa ser feito ao terminar um ciclo.
O manual de instruções apresenta alguns problemas. Ele não trás informações sobre dados elétricos do aparelho, apenas na etiqueta que fica embaixo do produto e na caixa da embalagem. Tome muito cuidado com informação de potência e tensão de alimentação para não danificar o produto.
A capacidade máxima da panificadora não é informada, porém medimos cerca de 2,8 Litros. Ao menos o manual faz menções à capacidade máxima de ingredientes, nada acima de 4 xícaras de farinha e 2 colheres e meia de sopa de fermento biológico.
Com o revestimento em plástico liso, a limpeza exterior não deve ser muito problemática, mas é bom se atentar a riscos. Fazer uso de um pano úmido é a melhor opção. Fique de olho nos pontos de entrada e saída de ar e no encontro de peças que podem acumular farinha.
Do lado de dentro, a melhor opção é fazer o máximo para prevenir manchas e afins. O metal sem pintura é difícil de limpar, mesmo com produtos específicos para isso. Os maiores problemas estão na base onde há o encaixe da forma e a própria resistência. Aparecem alguns pontos de acúmulo, principalmente próximo à resistência e por toda a borda da tampa.
Algumas receitas naturalmente vão acabar sujando mais que outras, como é o caso das opções Torrar e Geléia (cujo respingos podem acabar manchando o metal interior), então cuide também do interior a cada uso, não só da forma. Em relação ao antiaderente, tome cuidado com que tipo de esponja está sendo usado para lavar a forma e batedor, para não correr o risco de arranhar seu antiaderente. Por nossas observações, é melhor usar esponjas pouco abrasivas, mas se possível use o lado macio.
É sempre válido recordar: somente limpe o aparelho quando estiver frio e fora da tomada, pelos motivos comentados anteriormente. Antes de guardar, também é necessário deixar esfriar e deixar a tampa aberta acelera o processo.
A panificadora Master Bread traz opções interessantes ao usuário. Questões de limpeza interior pedem cautela no preparo das receitas, e as letras miúdas no painel e avisos sonoros podem atrapalhar. Entretanto, suas receitas apresentam bons resultados e a panificadora conta com certa flexibilidade de mudança para adequar ao seu gosto individual (com as opções de cor e peso).
