Avaliação da Batedeira Planetária Philips Walita RI7912 | Harpyja

Fazia anos que a Philips Walita não lançava uma batedeira planetária. Para entrar de volta no mercado a empresa trouxe dois modelos diferentes, uma com 650W (Ri7912) e um com 800W (Ri7922). 

Ambos modelos têm o mesmo desenho, tendo basicamente 3 diferenças entre eles. O Ri7922 tem 200W extra de potência nominal, demonstra ter mais duas velocidades no painel, a tigela é de aço inoxidável e atualmente só é encontrado na cor preta.

A planetária Philips Walita testada aqui foi a Ri7912 branca. Neste modelo há 3 opções diferentes de cores, branco, preto e vermelho. 

Design e Acabamento

A Philips Walita soube trabalhar com as curvas e texturas da planetária. O corpo é de plástico rígido de boa qualidade (provavelmente ABS), com partes lisas lustrosas e áreas foscas um pouco mais ásperas. A mudança de textura é um ótimo caminho para explorar, pois parecem peças diferentes, mas não acrescenta emendas e frestas (que seriam pontos de acúmulo de sujeira). 

Assim como nos liquidificadores, a Philips Walita está trabalhando com um design mais “clean” nos seus produtos. Sem muita mudança de cor, escritas chamativas. Fora todo o corpo e tigela que seguem o mesmo material há leves detalhes em prata, no seletor, botão para erguer a cabeça e um detalhe estético sutil próximo da base. São pontuais e ao mesmo tempo o bastante para dar aquela diferenciada na estética. 

Não há deformações visíveis  no plástico e os encaixes estão ótimos. Não há nenhum parafuso aparente e as junções das peças foram muito bem pensadas na localização. 

A tigela é lisa, sem grandes detalhes estéticos, mas tem o ressalto central, e possui uma curvatura agradável. Sobre ela encaixa um aparador com boca para alimentar ingredientes. São duas peças de acrílico, com ótimo encaixe entre elas. Apesar de bem desenhadas, são peças que poderiam ser mais espessas, pois são mais frágeis. Uma queda aqui pode quebrar o aparador. 

Os três batedores também agradam esteticamente. Todos possuem aparadores grandes plásticos com o batedor em si em metal. Esteticamente não estragou, pois puxaram o aparador em um tom mais para o cinza, combinando com a cor do batedor em si, e não afetou a parte estrutural também, pois o acoplamento dos batedores mais pesados ainda é feito por um encaixe metálico. 

Somente o batedor leve tem o encaixe plástico, e isso é comum em batedeiras planetárias. Assim mesmo usaram arames grossos (2mm) para compor o fouet, para garantir a estrutura da peça mesmo batendo aerando ingredientes um pouco mais pesados. 

Resumidamente, a Philips Walita gastou um bom tempo de design e engenharia na parte estrutural e estética desta Ri7912 e o resultado positivo está evidente. 

Utilização e Praticidade

A tigela é grande, entre as maiores do mercado. Até a boca possui 4,9 litros. 

O aparador veste com facilidade sobre a tigela e pode ser direcionado para qualquer lado. O alimentador poderia ser maior. Para aqueles mais “estabanados” há grande chance de ainda cair alimentos para fora do alimentador. 

Quando partindo a aceleração é lenta, evitando de levantar farinha a toa. O seletor é suave de girar, mas é um pouco frouxo, parece meio solto. A marcação da velocidade é difícil de ver, poderia ser algo que desse mais visibilidade. Há uma opção para pulsar girando no sentido anti-horário depois da posição zero. O motor irá até a velocidade máxima, mas como a aceleração é lenta, é uma funcionalidade praticamente inútil.

Quando levantando a cabeça, uma mola auxilia o processo. Se a batedeira estiver ligada o motor é desligado em torno de 15°. É uma ótima altura para aqueles que gostam de usar a velocidade para desprender alimentos antes de erguer totalmente os batedores. O ângulo máximo com a cabeça erguida ficou em 40°. É um pouco baixo para o tamanho da tigela. Normalmente é necessário remover os batedores para tirar a tigela. 

Depois de baixados os batedores, se o seletor estiver em alguma velocidade a batedeira irá acelerar até a velocidade selecionada. A vantagem aqui é que caso tenha esquecido em uma velocidade alta e na verdade queria deixá-la desligada, a aceleração é lenta então dá tempo de desligar sem ela ganhar muita velocidade. 

O encaixe da tigela é prático. A tigela entra por interferência e fica bem travada. Só faltou uma alça na tigela para facilitar o manuseio da tigela em si. Como o volume dela é grande sem alça fica complicado manusear se estiver cheia. 

Os batedores encaixam com facilidade e travam no eixo a cada 180°.

Há um LED apontando na parte de baixo da cabeça apontando para a tigela. É um pouco fraca a intensidade, mas é útil. A luz acaba ficando piscando quando em funcionamento, pois o aparador passa sobre a iluminação a cara translação. Assim mesmo, é melhor do que não ter iluminação. 

Os pés seguram bem na superfície mesmo quando batendo massas pesadas. As ventosas são ótimas e ainda colocaram um alívio da ventosa para aqueles que não gostam de fazer força ou fazer barulho para desprender a batedeira da bancada.

A Philips Walita Ri7912 vem com um bom comprimento de cabo (1,10m) e é possível enrolar ou encurtar o cabo na base. É algo prático e simples. 

Desempenho

Esta batedeira planetária tem um controle de velocidade eletrônico, e com isso tem algumas diferenças das batedeiras que só mexem na velocidade através de resistores. 

Quando partindo o motor, a aceleração é lenta, sem um golpe brusco, mesmo que seja escolhida a velocidade máxima de imediato. Isso é bom para evitar excesso de força no eixo do motor. 

Para uma planetária, o golpe brusco tem pouca utilidade, então não há grandes perdas com essa redução na aceleração. Por outro lado, ela ajuda a evitar o espalhamento de farinha. Por sinal quando se tratando da variação da velocidade, a Philips Walita Ri7912 se saiu bem. Tem uma variação de velocidade de 61% da mínima para a máxima, sendo a velocidade mínima em torno de 150 rotações por minuto (RPM) e a máxima 400RPM. 

A velocidade máxima é mais lenta do que a maioria das planetárias do mercado. Por consequência, para trabalhar com claras em neve ela foi mais lenta. Os batedores também vieram desajustados, ficando distante do fundo. Acertando isso o resultado apesar de mais lento foi positivo. Chegamos a fazer algumas receitas e a consistência final foi bem positiva. 

O batedor de massas médias trabalhou bem também. Bateu bolos e está bem alinhado com as paredes, pois não deixou resto de farinha sem bater em nenhum dos cantos.

O batedor de massas pesadas também atendeu bem. Bateu sem movimentar a batedeira e o motor se mostrou muito estável. Quando aumentando a quantidade de massa até o limite, a Philps Walita chegou a bater praticamente 2 quilos de massa. 

O motor trabalha bem e não gasta energia à toa para transferir o movimento do motor para a massa. Tem potência de sobra para movimentar o que cabe na tigela. 

O que não agradou foi o barulho. Além de ter uma amplitude sonora alta, o produto tem 3 frequências destacadas que incomodam. As frequências vão variar, mas sempre tem uma grave, uma média bem presente. Fora o barulho natural quando está em velocidade constante, quando se desloca entre os níveis de velocidade gera um ruído mais acentuado do atrito entre engrenagens. Não parece ser algo de mal funcionamento, somente algo que mecanicamente poderia evoluir.

Limpeza

A Philips Walita soube evitar deixar as junções das peças em lugares que acumulam sujeira. Somando com a qualidade das junções.

Como a partida é lenta, pouca farinha sobe no início da mistura. Além disso, não há muitas junções de peças em áreas onde tipicamente acumularia farinha.   

Algo que não agradou é o tamanho da fresta na área giratória da cabeça. Está bem maior do que produtos similares no mercado. A princípio não parece um ponto de respiro para o motor, mas parece ter comunicação com a área interna e pode ser um ponto de acúmulo de farinha dentro da batedeira. Para limpar ao redor dessa área é necessário uma escova.

A limpeza dos batedores deixa a desejar na área dos aparadores, devido às junções de plástico com metal. Vale uma escovinha também para limpar as frestas.

Segurança e outros pontos

O cabo de alimentação é bom e de ótimo tamanho. A mola para levantar a cabeça é um pouco brusca, mas nada que leve a batedeira a tombar para trás. 

O desligamento quando levantando os batedores é um ponto positivo e a partida lenta também traz mais segurança quando partindo depois de baixar a cabeça. 

As ventosas seguram bem o produto na bancada e a tigela trava bem no corpo.

Não há fuga de corrente em nenhum ponto da batedeira, sendo segura até mesmo sem aterramento. O produto até vem sem o pino de aterramento, por não ser necessário. 

Algo importante para citar é que essa batedeira tem dois anos de garantia a partir da data de compra. Poucas planetárias no mercado possuem esse benefício.

Um ponto que desapontou consideravelmente foi a declaração do tempo contínuo de uso e os limites de massas declaradas no manual. Baseado no manual o limite máximo de uso contínuo é 5 minutos e o volume máximo é 750 gramas. Pelos testes feitos tudo indica que os tempos e os limites são muito mais altos que os declarado. Seria interessante uma posição da empresa a respeito, até porque como fazer uma maria mole batendo por menos de 5 minutos. 

Conclusão

A Philips Walita soube bem como voltar para o mercado de planetárias. Lançaram uma batedeira com as funcionalidades básicas bem feitas focadas na usabilidade do usuário. Uma batedeira com bom controle de velocidades, batedores bem dimensionados, tigela grande e um acabamento agradável. Para aqueles que não se incomodam muito com barulho, este modelo está entregando ótimos resultados para a faixa de preço onde se encontra e dois anos de garantia.