Pontos fortes
Pontos fracos
Para aqueles que curtem moer o café no momento de preparar um espresso, vale conhecer melhor esta cafeteira. Há poucos produtos no mercado com esse nível de tecnologia e automação.
Por sinal a Oster está apostando forte em máquinas de café espresso. Além deste modelo há vários outras propostas como a PrimaLatte, a Nova PrimaLatte, a cafeteira espresso compacta, e a Xpert. Todas com filtro pressurizado, 19bar de pressão e cada uma com sua peculiaridade.
O destaque da Espresso Oster Super Automática é exatamente o que está em seu nome, ela é “Super Automática”. Ou seja: você carrega ela com água e grãos, e ela te entrega o café pronto além de descartar o pó em um compartimento escondido que só precisará ser coletado depois de 11 cafés.
Com tudo que a unidade oferece é um produto com valor agregado alto. Consequentemente acaba-se esperando um design diferenciado e um acabamento de qualidade superior. No geral a Oster Super Automática conseguiu atender as expectativas
O corpo é todo em plástico, com peças pintadas imitando metal, áreas cromadas, detalhes em preto fosco e áreas em acrílico fumê. Todas as peças tem um acabamento ótimo, sem deformações e junções sem desencontros ou cantos vivos.
A unidade tem seus cantos curvos, mas é praticamente toda com faces retas. Apesar da mistura de prateado com preto, o conjunto é discreto e charmoso. Não há nada escrito no corpo exceto a marca logo abaixo do ponto de saída de líquidos.
Considerando a quantidade de tarefas que a cafeteira faz, é um produto compacto. Sua altura chega a ser abaixo de muitas cafeteiras simples no mercado. Tem pouco mais de 31 centímetros de altura, 18 cm de largura e 42,5 de profundidade. A intenção é ficar fixo na bancada, pois é uma unidade pesada (quase 8 quilos). É possível deixar o produto colado em uma parede ou outro eletrodoméstico no lado direito, pois não há nada que precise de acesso por esse lado. Além disso o cabo de alimentação sai por trás em 90° então é possível praticamente colar a unidade no fundo da bancada.
No topo ficam os reservatórios e toda a comunicação da unidade. O reservatório mais próximo do fundo é o compartimento de água que suporta até 1,15 litros. É uma peça toda transparente muito fácil de ser removida.
A tampa é também a alça do compartimento. É uma ideia inteligente, pois além de prático para carregar, não precisa assentar a tampa em lugar algum quando abastecendo ou transportando. Por sinal, é possível abastecer sem precisar tirar o reservatório. A tampa tomba para trás o bastante para servir o compartimento com água.
A tampa central é onde ficam os grãos de café. É uma peça fácil de abrir e é uma área espaçosa para abastecer. A tampa possui uma borracha ao redor para manter o café isolado da umidade externa com o intuito de evitar a perda de qualidade dos grãos. Mesmo que venha a derramar água no topo da máquina o café continuará seco ali dentro.
É possível acomodar pouco mais de 100 gramas de café dentro do compartimento, equivalente a umas 9 xícaras de café. Vai mudar um pouco de acordo com a moagem, com o tipo de café, mas não deve ficar muito distante dessa dose. Não é possível colocar o café já moído para preparar. Fizemos o experimento e além de não dar certo é difícil remover o pó do local depois.
Junto com esta cafeteira Oster acompanha um reservatório de leite. É uma peça em plástico transparente com uma tampa plástica preta. Bem feita e visualmente atraente. Há um conjunto hidráulico para que seja possível fazer a sucção do leite do reservatório injetá-lo no bico da máquina para dosar junto com o café. São quatro peças, algumas plásticas, outras de silicone e o encaixe principal; feito por um bico metálico que encaixa facilmente através de imã na cafeteira.
A parte frontal abriga o painel. Para que ele seja ligado, é preciso apertar o botão de liga/desliga, no canto superior da lateral esquerda da cafeteira.
Assim que a unidade está ligada, um display com 6 opções acende na curvatura do topo desta Oster Super automática. São icones visualmente atraentes, de traços finos. Quatro dos programas são para o preparo de cafés e dois botões são para limpeza e aquecimento de água ou leite.
Seguindo a ordem dos ícones temos: Espresso, Lungo, Cappuccino, Latte, Limpeza dos bicos e Água quente. Para limpeza dos bicos usa-se também as opções de leite e água no display.
Os botões são todos por toque, não há saliência no painel, então dificulta para deficientes visuais. Na área superior ainda há outros ícones, porém esses são para solicitar ações e normalmente ficam apagados. O display é aceso quando falta grãos ou água nos compartimentos, para que seja feito o descarte das borras de café, ou fazer a descalcificação do sistema de aquecimento. Os ícones seguem o mesmo padrão do painel de ação, mas aqui ao invés de LEDs brancos são em LEDs alaranjados. São imagens intuitivas, provavelmente a maioria das pessoas irá reconhecer o que está se solicitando sem mesmo abrir o manual.
Quando o produto está em funcionamento, um LED ilumina a bebida sendo servida. Deu um charme e ficou muito bem posicionado.
O bico por onde sai café, água e leite pode ter sua altura regulada com muita facilidade. Basta deslizar a peça para cima ou para baixo. Caso use uma xícara pequena para fazer um espresso, ajuda a não respingar café para todos os lados quando o líquido está saíndo. É possível deixar o bico a 8 centímetros da pingadeira no nível mínimo, e 10,5 centímetros no máximo. Grande parte das xícaras grandes cabem com essa distância, mas se precisar de mais altura ainda, é possível remover a pingadeira e aí tem espaço para acomodar uma xícara de até 15 centímetros de altura!
Assim mesmo é comum de ficar respingos no corpo do produto, mas um pano umido limpa com facilidade. De todas as peças, a que mais valeria a Oster mexer é a pingadeira. A peça é bonita, com o centro onde se assenta a xícara em inox e as bordas são de plastico pintado na mesma cor do corpo. O problema de terem usado o plástico pintado é que após alguns usos toda essa área acaba ficando riscada. Aí mesmo que a unidade toda está intacta, olhando para a pingadeira parece que o produto está degradado. Se tivessem feito em preto já esconderia muito os riscos.
Junto com o produto veio alguns materiais extras: uma escovinha para a limpeza do moedor, um pano de microfibra para a limpeza do acrílico no topo (área delicada que risca fácil), três sachês para descalcificação e uma agulha para desentupir a mangueira de leite.
Assim que a máquina é ligada e o display acende, frequentemente o produto fará a limpeza do duto de saída. Não é obrigatório, mas se não tomar nenhuma ação é isso que ela automaticamente fará. Nesse processo ela expurga água quente e realmente deixa a saída limpa e aquecida.
Depois disso, basta escolher um dos programas. Caso seja escolhido espresso ou lungo nem é necessário acoplar o recipiente de leite.
A dose de Espresso resulta em torno de 30 mililitros de café. Dependendo do grão irá resultar em um pouco mais ou pouco menos. O Lungo chega a quase 130 mililítros de café (foto abaixo). Ambos prensam a mesma quantidade de grãos, em torno de 11 gramas.
A qualidade da entrega é ótima. Claro que irá variar de acordo com o café comprado, mas somente o fato de passar o café imediatamente após moer a qualidade elevada da entrega se torna perceptível.
A Oster alega uma pressão de 20bar na passagem. Não foi possível realizar essa medida, então temos que aceitar o que dizem somente. O café sai cremoso e não há borra considerável na xícara após a passagem.
É possível ajustar o grau de moagem dos grãos. Internamente no compartimento de café há um seletor manual com 5 níveis. Dos testes que fizemos foi possível perceber diferença do fino para o médio, mas depois desse ponto tudo pareceu igual. Não foi possível perceber diferença no sabor entregue.
O processo de passagem do café é rápido. Leva em torno de 30 segundos desde que é apertado o botão para passar até sua conclusão do café. Isso envolve, moer, abastecer o cachimbo, passar o café e descartar o pó usado para já estar pronto para um próximo café.
A unidade automaticamente faz a pré infusão sempre antes de passar o café. Para aqueles que não vêem a necessidade disso, é possível desabilitar, tornando a passagem do café ainda mais rápida. Para aqueles não familiarizados, a pré infusão é um processo simples de dar uma leve molhada nos grão antes de passar. Isso acaba expandindo os grãos e diminuindo o espaço de ar entre eles. Muitos alegam que isso ajuda na homogeneidade da passagem assim como favorece a extração do sabor. Vale você fazer o teste para chegar a sua própria conclusão.
Ao passar o Latte a máquina começa puxando o leite. Para fazer a passagem a máquina gera vapor e com isso traz junto uma pequena dose de água. Aqui a temperatura é bem alta, perto de 95°C. Quando misturando com o leite a temperatura cai, mas ainda sim o leite aquece acima dos 70°C. A mistura completa acaba entregando o Latte em torno de 70 e poucos graus Celsius.
Seja Cappuccino ou Latte, ambos vem com o leite espumado. Visualmente ficam atraentes e de sabor também agradou. A dose de café é a mesma usada no espresso, em torno de 10 a 12 gramas de grãos por xícara.
O recipiente de leite pode ser guardado no refrigerador e ser utilizado somente na hora do preparo do café. Vale lembrar que a tampa não trava no recipiente, então nada de pegar pela tampa para o transporte.
Seria interessante se a mangueira de leite fosse um pouco mais comprida, pois dessa forma nem precisaria de um reservatório em muitas vezes. Bastaria somente colocar a mangueira dentro de uma caixa de leite e deixar que a cafeteira puxe o leite direto da caixa.
Para aqueles acostumados a tomar o café praticamente fervendo, aqui provavelmente irão estranhar. O café acaba saindo pouco acima de 80°C. Colocando em uma xícara fria, o café irá provavelmente ficar abaixo de 70°C. Pessoalmente não me incomoda, mas iria agradar se saísse um pouco mais quente.
Quando acionando água quente, a entrega é praticamente imediata. A vazão é baixa, entregando 200 ml a cada 50 segundos. A temperatura de saída ficou em torno de 75°C. É ótima para quem vai passar um chá verde, mas para quem busca fazer a infusão de chá preto ou chá mate, pode ser que falte um pouco de calor. Para quem não é muito exigente, ainda deu para fazer a infusão do chá mate com a água quente daqui. Recomendo antes de fazer o chá, liberar um pouco de água quente somente para esquentar a xícara, descarte esse água e aciona novamente para fazer o chá.
É importante depois de passar algo com leite de pegar uma xícara e passar um ciclo de água, pois fica um pouco de leite no bico. Caso vá passar uma água logo depois de um ciclo de leite, irá contaminar a água.
O ruídos no preparo são consideráveis. Não é o tipo de produto que dá para usar caso queira silêncio. Moendo o café ficou em torno de 70 dBA, passando varia, mas não excede 55 dBA e ejetando o resto do pó atinge 59 dBA. A nível de comparativo podemos dizer que moendo ficou na amplitude de uma batedeira planetária em velocidade baixa e quando passando o café ficou em torno do ruído de uma air fryer.
O produto usa plug de 10 Ampere seja em 127 ou 220V. A potência máxima obtida ficou pouco acima de 1000W e o consumo para o preparo de um dos programas mais longos, o Latte, consumiu em torno de 0,19kWh. Ou seja, a cada 5 Lattes é gasto 1kWh. A unidade gasta em torno de 4W enquanto está com o painel ligado, mas alguns minutos depois de terminar um preparo ela irá desligar sozinha.
Há várias rotinas disponíveis nesta cafeteira para facilitar o processo de limpeza da unidade.
A primeira ação que o produto faz é expurgar o café remanescente no duto antes de preparar um café. Ela faz essa ação somente caso o produto tenha ficado desligado por um tempo. Não é necessário fazer a rotina, mas ela é feita automaticamente assim que a máquina é ligada.
O sistema de limpeza do duto de leite é feito acionando a função específica no painel. Durante essa ação a máquina irá puxar água do reservatório de leite então é preciso colocar água limpa ali. O processo também gera vapor para sanitizar a área. Mesmo assim, é possível fazer uma limpeza mais profunda no bico de leite. Tirando a tampa do bico frontal, que é presa somente com imã, é possível remover o bico de leite, que também é fixo somente por imãs. É muito simples remover e recolocar. Vale a pena fazer uma limpeza completa com certa frequência pela natureza do leite. Caso acabe não limpando e entupa o duto, é possível usar o arame que a Oster envia junto com o produto para desentupir.
Algo que vale a pena fazer quando terminando de usar durante o dia, é uma limpeza dos bicos. Basta ligar o produto e assim que ligar, segurar o botão de água até ele apitar. Nessa situação ele irá correr água quente pelos dois bicos expurgando o acúmulo nos dutos.
Existe também uma função para acionar somente quando for viajar e deixar a unidade parada por semanas. Nessa rotina a máquina basicamente esvazia toda a água de dentro da unidade.
O compartimento que coleta os restos de pó de café é fácil de ser removido e prático de ser limpo. São duas peças plásticas que ao enxaguar e secar já deve estar pronto para voltar à máquina. É comum que um pouco de pó acabe fora do compartimento de coleta, então às vezes vale passar um pano na área interna quando for limpar o coletor de pó usado.
Na lateral há uma porta de acesso fácil para remover o cachimbo. É possível fazer uma limpeza das áreas que tem contato com o café, mas há várias outras áreas inacessíveis, como o mecanismo para empurrar o pó usado. Depois de limpo o cachimbo é fácil de ser recolocado de volta, basta encaixá-lo de volta. A tampa é pratica de fechar, através de imãs.
Outra área de acesso limitado é o pistão que prensa o pó antes de passar o Espresso. A peça é visível e possível de passar uma escova ali, mas é uma limpeza parcial..
A área de menor acesso é o moedor. A escovinha que vem com o produto permite chegar parcialmente no local, mas além de limitado, não é algo prático. É uma área que não tende a acumular sujeira, mas seria bom se tivesse uma visibilidade maior e um acesso mais completo.
É de extrema importância fazer uma limpeza frequente dessas áreas fechadas. Um pouco de pó acaba nas bordas do cachimbo, na saída do moedor e nos cantos do pistão. Misturando com a umidade da água quente no preparo, é um espaço propício para cultivar mofo. Dos testes realizados que deixamos semanas sem limpeza na área, identificamos fungos somente fora das áreas de contato com café fresco, mas basta permitir que essas colônias de microorganismos acumulem que logo acabarão em áreas que contaminarão o café sendo preparado.
O reservatório de água é removível e é fácil de ser limpo por completo. Todo o corpo pode facilmente ser limpo com um pano úmido. Vale ter um cuidado extra no topo, pois o acrílico fumê risca com muita facilidade. O pequeno pano de microfibra que enviam com a unidade já é uma “indireta” para prestar atenção nessa limpeza.
A unidade em si não suja muito, exceto ao redor da saída do bico. Ali realmete respinga café no corpo. A pingadeira também suja e essa infelizmente devido aos riscos será dificil ficar com cara de limpa.
Algo que é uma mistura de limpeza e manutenção é a descalcificação. O produto avisa quando se deve fazer a descalcificação e junto com a unidade vem 3 pacotes para que isso seja feito. Engraçado que a empresa não recomenda o uso de vinagre depois de usar os três pacotes. É comum usar algum elemento ácido (como o vinagre) para isso. Faltou apresentar informações de como proceder.
Como é um produto com vários sensores, várias configurações e funções automáticas vale conhecer algumas peculiaridades do sistema.
Caso a água acabe enquanto está preparando o café, ao reabastecer a Super Automática continua de onde parou. Não se perde o café parcialmente preparado.
Nas ocasiões em que tenha passado somente água no ciclo anterior, a cafeteira reconhece e não faz um ciclo de limpeza quando ligada novamente.
Se a máquina acreditar que o compartimento de pó de café usado esteja cheio, ela não faz nada, nem mesmo passa água quente. Por sinal, esse reservatório identifica que está cheio por contagem de cafés passados. Ou seja, caso você abra o compartimento e feche, sem limpar o reservatório, o produto achará que está vazio. Sendo assim, se abriu o compartimento, limpe-o para não haver a chance de transbordar a borra.
É possível configurar a quantidade de água para passar o café e também a quantidade de leite no Cappucino e Latte. Basta segurar os botões na hora da passagem. Porém, faça isso com cautela, pois não é possível resetar a unidade para os tempos de fábrica. Não ficou claro porque não disponibilizar algo tão simples para um produto tão completo. Caso venha a mudar o programa e queira resetar para o padrão original, posicione uma balança embaixo da xícara e segure o botão do espresso até medir de 28 a 30 gramas. Para o Lungo segure o botão do "Lungo" até atingir entre 126 a 130 gramas.
A Oster oferece um ano de garantia de fábrica desde a data de compra desta cafeteira Super Automática. Pelo valor agregado do produto seria mais interessante se a empresa oferecesse uns 3 anos de garantia.
Esta cafeteira espresso Oster super automática entrega o que promete além de trazer uma experiência agradável no processo. Das dezenas de pessoas que experimentaram o café na máquina, apreciaram o resultado e valorizaram o produto no momento de lidar com a máquina. É realmente um produto diferenciado para se ter em casa ou mesmo para colocar em um escritório ou recepção de um estabelecimento de alto padrão. Somente vale pensar duas vezes se o barulho de passar o café toda a vez pode ser um incômodo para o espaço onde será usado.
