Pontos fortes
Pontos fracos
Neste momento a Atlas conta com 2 linhas de cooktops em seu catálogo: a AgileUp e a U.Top. No passado, realizamos em parceria com a marca uma apresentação da linha U.Top, mas é a primeira vez que pegamos o AgileUp para testes.
Ambos aparecem em versões com 4 bocas, 5 bocas e 5 bocas com tripla chama. Além disso, a U.Top também conta com uma versão menor, de 2 bocas.
Ao comparar entre si, os cooktops da Atlas trazem uma semelhança visual inegável. Dentre eles, o AgileUp tem um perfil mais sóbrio.
Sua mesa é de vidro temperado com 6 milímetros de espessura, dentro do padrão. As indicações visuais e detalhes são todos em cinza claro e fornecem bom contraste ao fundo preto. As marcações das posições das bocas, intensidade da chama são simples e legíveis.
Os manípulos são de plástico lustroso, porém rígido, então não riscam com tanta facilidade. Ficam na horizontal, a pegada é boa e há uma marcação bem definida na intensidade máxima da chama. A indicação do posicionamento é sutil demais. Caso tenha uma boca no fogo baixo e olhe de relance para os manípulos, pode achar que a boca está desligada (foto abaixo com uma das bocas no fogo baixo). O acabamento é bom, mas há leves deformações (rechupes) no topo das peças plásticas.
Os queimadores são da Sabaf, peças com boa qualidade e muito bem acabadas. Parte torneadas, e parte fundidas. Elas ajudam a garantir uma melhor queima. O encaixe delas não é complicado mas poderia ser mais fácil, apesar da chama tripla ser mais simples que grande parte dos concorrentes. Os espalhadores de chama poderiam ser mais espessos. As chapas são esmaltadas, porém finas. No passado possuíam um anel interior que aumentava a robustez (como no Atlas Mônaco Glass), mas isso não está mais presente.
As trempes são de aço esmaltado, um design bem simples que pode ser posicionado de dois jeitos diferentes. Poderiam ter mais estabilidade quando deslocando panelas sobre elas. Ao arrastar uma panela com alimentos as trempes vacilam e podem se deslocar do encaixe central. Em outros designs parecidos, como o Dako Turbo Cook Glass, as trempes contam com pés para impedir esses problemas.
É possível usar panelas com diâmetro mínimo de 8 cm para as bocas menores; 10 cm para a maior e 14 cm para a tripla chama.
Panelas maiores que 20cm de diâmetro começam a não deixar espaço entre si para manusear adequadamente, com exceção da chama tripla. Por seu local central mais afastado das outras, suporta panelas de até 26 centímetros.
O acendimento das bocas é automático, não precisa apertar botão para faiscamento. Ao girar o manípulo todas as bocas faíscam juntas.
Das 5 bocas apresentadas: 3 são médias (com 1650W); 1 é grande (com 2850W) e a boca central é a Tripla Chama (3250W). O conjunto apresenta um nível de flexibilidade comparável com outros cooktops que avaliamos, mas deixa uma lacuna desejável para potências menores.
Apesar disso, a variação entre a chama mínima e máxima de cada boca é significativa. O calor fornecido pela boca quase dobra entre o fogo mínimo e máximo, é acima da média.
A chama tripla entrega dentro do esperado, isto é um aquecimento bem rápido. É possível ferver 2 litros de água em torno de 7 minutos e meio. Fica na média ao comparar com outros cooktops.
A variação entre seu fogo mínimo e máximo é menor: 38%. Entretanto, na prática a chama mínima dessa boca consegue chegar no mesmo nível das bocas pequenas utilizando a chama máxima.
Em comparação com o U.Top, vemos muitas similaridades. Distribuição de bocas, variação da chama, desempenho da chama tripla... Tudo leva a crer que as diferenças entre as unidades são puramente estéticas.
A mesa possui um tampo de 73,5 centímetros de largura por 46 cm de comprimento, pesando 8,6 quilogramas. A abertura para instalação é de 61,5 centímetros de largura com 36 cm de comprimento. Para circundar o AgileUp, a marca envia uma fita adesiva de espuma; uma prática comum que auxilia a assentar o produto em segurança. O cooktop se estende 5 cm para baixo, porém a Atlas pede uma abertura de 20 cm de altura. O espigão (bico do gás) fica na horizontal, e com isso a mangueira encaixando de lado ocupa menos espaço abaixo do cooktop.
Olhando de frente, o espigão para entrada de gás fica posicionado do lado direito, enquanto o cabo de alimentação tem saída pela esquerda. A extensão é de 1 metro, com plugue 90°, e pode ser ligado tanto em 127V quanto 220V. Há informações suficientes no manual para a instalação.
Se costuma trabalhar com muitas panelas grandes, pode faltar espaço para acessar os manípulos confortavelmente. Usar panelas de 20cm por exemplo (tamanho máximo recomendado para as bocas próximas dos manípulos), fica bem no limite (chega a quase encostar).
Em relação à temperatura, após certo tempo de uso, os manípulos podem chegar a 76°C. Não é uma temperatura muito confortável, é levemente mais quente que a média de outros cooktops. A região entre os manípulos e a boca de chama tripla atinge próximo de 105°C. Com todas as bocas acesas, os espaços entre elas marcam temperaturas mais perigosas, próximas de 140°C. Mesmo assim, não fica distante do esperado para esse tipo de produto.
Um ponto negativo do produto é a falta de vedação, abaixo do suporte das trempes, contra casos de transbordamento. Em cooktops de vidro isso costuma ser pior que nos de inox, mas o Mueller que avaliamos anteriormente possui anéis de borracha para impedir infiltração. Este não é o caso do cooktop da Atlas, a junção direta entre o suporte da trempe e a mesa de vidro deixa frestas para líquidos se acumularem em volta. Para realizar a limpeza completa vai ser necessário desparafusar a peça. Se transbordar em muita quantidade, pode até infiltrar no interior do produto. Segue abaixo uma imagem removendo o suporte da trempe após o teste de transbordamento de leite.
A superfície escura e de vidro deixa marcas de dedo com facilidade, por outro lado a limpeza é bem fácil. Sempre com o cooktop frio, não deve necessitar de muito mais que passar pano para limpar o produto, no máximo use a parte macia da esponja. Os manípulos podem ser tranquilamente retirados para limpeza.
A Atlas oferece 12 meses de garantia no cooktop, mas infelizmente na prática a maioria das peças possui apenas 3 meses. Isso porque após o período de garantia legal (90 dias), a Atlas deixa de cobrir problemas relacionados ao vidro, queimadores, trempes, espalhadores de chamas e manípulos. Essa garantia adicional de 9 meses efetivamente serve apenas para o sistema interno do cooktop, e os ausenta até dos custos de transporte até um serviço autorizado.
O Cooktop Atlas AgileUp traz um benefício na variação do fogo acima da média e queimadores de boa qualidade. Poderia ter trempes melhores, mas se está procurando um cooktop de mesa de vidro, é uma opção sólida que pode não brilhar em meio a outros produtos, mas não deixa muito a desejar comparado com seus concorrentes.
