Praticidade e Versatilidade
Limpeza
Desempenho Queimadores
Desempenho Forno
Design e Acabamento
Segurança
Outros Pontos
Pontos fortes
Pontos fracos
A marca Continental está de volta no mercado brasileiro e atualmente está oferecendo um desenho de fogão com diversas configurações possíveis. É possível escolher entre mesa de vidro ou mesa de inox, com quatro ou cinco bocas e todos os modelos em branco, preto ou cinza com detalhes em inox.
Apesar das diversas cores, o preto está fortemente presente sempre, pois em todos os modelos o vidro do forno vem com detalhes em preto e nos modelos de mesa de vidro, todas as mesas também são pretas.
Ficou interessante ter uma linha completa com as diversas vertentes do produto seguindo o mesmo design, quem gosta do desenho, basta escolher a configuração.
O modelo que testamos é a versão preta com cinco bocas, o FC5VP. É um produto discreto, com poucos detalhes em cores diferentes. Me agradou o desenho, mas dentro do laboratório tivemos opiniões bem divergentes.
O acabamento de uma forma geral é bom. O alinhamento do vidro com as laterais está bem feito, assim como o encontro com a estrutura da frente. Apesar da pintura lateral ser boa, claramente o fogão não é para ficar evidente na lateral, pois os pés traseiros não têm acabamento visual. São interessantes, pois podem ajustar o nível do fogão, mas são somente para sustentação.
A pintura inteira tem um brilho, similar ao esmaltado dentro do forno. É diferente dos fogões da Atlas e Mueller que trabalham com o preto fosco na parte externa. O único detalhe em outra cor é o puxador do forno, de alumínio pintado de grafite.
A mesa de vidro temperado de 6mm é preta com os textos escritos em branco.
A representação gráfica é discreta, minimalista, e ao mesmo tempo de bom gosto. A representação das bocas é simples, e assim mesmo é evidente a indicação.
Os manípulos são altos com a borracha de vedação visível, diferente de como o produto é apresentado no site da Continental. No lado esquerdo ficam o controle dos 5 queimadores e do lado direito fica o manípulo do forno e o gerador de faísca e interruptor da lâmpada do forno. Ficou agradável à distribuição.
É meio brusco o travamento dos manípulos nas posições de acionamento e desligamento. Também não agradou a movimentação vertical dos outros manípulos quando pressionando um dos seletores.
As trempes são feitas em aço com pintura esmaltada, são de ótima boa qualidade e bem niveladas com a mesa. A peça se assenta no suporte para as trempes então não há contato direto com o vidro.
O formato das trempes é ótimo para assentar até mesmo panelas pequenas, têm uma estrutura larga plana e um pequeno ângulo para acomodar panelas levemente abauladas Assim mesmo vale não usar panelas que não estejam planas no fundo.
Os queimadores são de ótima qualidade, não só no material, mas também na fabricação (todas as peças são da SABAF). Todos os queimadores, exceto a chama tripla, têm o mesmo tamanho. São bocas médias com 1800W de potência. A chama tripla tem 3300W.
Devido à pequena variação de tipos de queimadores, o fogão Continental trabalha de médio forte a forte. Não há bocas fracas para aquecer lentamente.
A vantagem é que a Continental deixou um controle grande da potência de cada chama, girando em torno de 45% por boca. Com isso é possível reduzir consideravelmente a chama. Assim mesmo, está mais para o lado forte entre os concorrentes.
A chama tripla entrega muito calor e com uma ótima eficiência. Em menos de 3,5 minutos a chama ferve um litro de água. Tem um rendimento 20% maior que uma boca com trempe de ferro. As outras bocas também tiveram um desempenho positivo.
O forno possui porta suave para abrir e fechar. Não possui ponto de parada. O vidro é grande, mas a área visível é bem menor. Assim mesmo o ponto de visibilidade está bem colocado.
É possível remover o vidro para limpeza entre os vidros com facilidade. Há somente uma chapa metálica sobre o vidro que pode ser deslocada sem a necessidade de ferramenta.
A porta fecha bem alinhada com o corpo e possui uma vedação boa. Por sinal, há isolante térmico na estrutura da porta, garantindo uma temperatura abaixo da média no vidro. Mesmo quando a temperatura interna está em 280°C o vidro não passou de 120°C.
O forno vem com duas grades, uma que desliza com a abertura da porta e uma manual. Há três níveis. Somente a grade manual pode ser realocada em outro nível. O nível mais baixo é próximo do fundo, o que proporciona mais espaço para colocar alimentos altos.
É importante essa distância, pois a lâmpada do forno fica no centro superior, o que pode atrapalhar quando preparado nos níveis médio e alto.
O forno é grande, com 91 litros, sendo 62 centímetros de largura, 32 de altura e 45 de profundidade.
As chapas laterais inferiores e do fundo são esmaltadas, porém o topo do forno não é pintado. Deve-se cuidar para não respingar alimentos no topo para evitar manchas e danos a longo prazo na área.
O seletor do forno indica um intervalo de 160°C a 280°C. Quando medindo as temperaturas baixas o forno trabalhou em torno de 20°C acima do indicado (quando medido em temperatura ambiente 23°C).
Algo que destoou foi a temperatura em 200°C que chegou a bater mais de 30% acima do indicado em vazio. Mesmo com alimentos úmidos o forno ficou 15% acima da temperatura do seletor.
Na temperatura máxima o forno trabalha com maior precisão, ficando no centro com a temperatura do seletor. Por sinal a distribuição do forno é razoável, ficando com um ponto de calor mais alto no centro do forno.
A mesa de vidro demonstra facilmente qualquer marca de dedo ou sujeira. Difícil fugir disso devido à cor e material da mesa. Os manípulos são facilmente removíveis para uma limpeza completa. As trempes esmaltadas são práticas para limpeza, tendo poucos cantos para acúmulo de sujeira.
No teste de transbordamento de leite o Continental se saiu muito bem devido a todos os suportes de trempes terem vedação. Mesmo um transbordamento agressivo não teve infiltração de leite em locais indesejados. Além disso, como os pés de trás são ajustáveis, foi possível evitar que o leite escorresse para o fundo.
O esmalte nas paredes do forno é bom, mas faltou o topo também vir esmaltado. O vidro interno é fácil de remover, mas como vem vedado a chance de contaminar é pequena. Vai necessitar de limpeza com pouca frequência.
No quesito segurança o Continental não possui nenhuma falha grave, além da manta térmica na porta ela está também presente em todo seu redor. Isso fez com que não houvesse temperaturas tão elevadas nas laterais, atingindo cerca de 60°C na lateral esquerda e 70°C na lateral direita. O vidro citado anteriormente ficou em torno de 120°C. A foto abaixo é da manta térmica na porta removendo o vidro frontal.
A saída do cabo de alimentação se encontra do lado esquerdo do produto (95cm de comprimento) e pode ser ligado tanto no 127V quanto no 220V. A entrada para gás é posicionada do lado oposto ao cabo de alimentação.
Os queimadores ficam um pouco próximos das bocas da frente. Nestas posições vale não usar panelas muito grandes.
A chapa traseira de proteção tem boa qualidade. Assim mesmo se encostar o produto na parede, dois parafusos do aparador traseiro encostam antes. Seria ideal se os parafusos estivessem em outra posição para a chapa assentar inteira na parede do fundo, além dos parafusos não riscarem desnecessariamente a parede.
Este fogão tem um ano de garantia pelo fabricante desde a data de compra.
A Continental conseguiu entregar um produto com vários pontos interessantes mesmo sendo simples. Trempes de aço esmaltada, mas bem feitas, pouca variação de queimadores, mas peças de boa qualidade, opções de cores, porém várias peças comuns entre elas. Esperava-se mais do forno, como pintura no topo, precisão maior nas temperaturas e uma luz deslocada do centro. Assim mesmo, a grade deslizante e o isolamento térmico agradaram. No geral um produto com alguns atributos agradáveis para a faixa de preço em que se encontra.
