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O que é Slow Food e qual seu impacto na atualidade?

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O que é Slow Food e qual seu impacto na atualidade?


O ato de comer é muito mais do que ingerir um alimento, ele também representa relações sociais, pessoais e culturais.


A alimentação é um requisito básico para que um povo possa existir, e os métodos relacionados ao processamento dos alimentos estão intimamente ligados à expressão cultural e social de um determinado povo.


O Slow Food foi criado por Carlo Petrini e um grupo de ativistas, na década de 1980, com o objetivo inicial de defender as tradições regionais, a boa comida, o prazer gastronômico e um ritmo lento de vida.


Em mais de duas décadas de história, o movimento evoluiu, envolvendo uma abordagem inclusiva do alimento, reconhecendo os fortes vínculos entre prato, planeta, pessoas, política e cultura.


Hoje, o Slow Food representa um movimento global envolvendo milhares de projetos e milhões de pessoas, em mais de 160 países.


Segundo o documento institucional do movimento, o Slow Food acredita num mundo onde todos possam ter acesso e consumir alimentos bons para quem come, para quem produz e para o planeta.


Se opõe a padronização do gosto e da cultura, e contra o poder ilimitado das multinacionais da indústria alimentícia e da agricultura industrial.


A abordagem é baseada num conceito de qualidade alimentar definido por três princípios interligados: bom, limpo e justo.


BOM: uma dieta de alimentos frescos e sazonais, que satisfaça os sentidos e seja parte da cultura local.

LIMPO: produção e consumo de alimentos que não prejudiquem o meio ambiente, o bem-estar animal ou a saúde humana.

JUSTO: prática de preços que sejam acessíveis para quem consome e condições de remuneração que sejam justas para quem produz.

Segundo Carlos Petrini, o fundador do movimento, as pessoas que adotam a perspectiva do Slow Food, são indivíduos dotados da capacidade de análise de sistemas culinários.


Essas pessoas possuem a capacidade de se inserir no meio e realizar modificações estruturais  na cadeia, mesmo que seja necessário redefinir a ciência gastronômica, para dar a alimentação a dignidade merecida.


São pessoas que não satisfeitas com a realidade de seu consumo, adotam uma postura mais social com o intuito de examinar os problemas que afligem o mundo e detectar causas no sistema alimentar, reivindicando a capacidade de interpretar e influenciar esse sistema com uma ciência complexa, da qual tem sede e quer que seja compartilhada.


O movimento Slow Food incentiva a produção consciente, tendo como foco promover uma maior apreciação da comida, melhorar a qualidade das refeições, com uma produção que valorize o produto, o produtor e o meio ambiente.


É baseado no voluntariado e militância, se inspirando nos valores de austera anarquia, inteligência afetiva, soberania alimentar, democracia participativa e da integração do homem à natureza.


Você pode fazer parte dos grupos de convívio do movimento se associando nesse link. O valor da associação individual para um ano é R$50,00, e ao associar-se você passa a integrar uma comunidade internacional formada por produtores, extrativistas, pescadores, consumidores, cozinheiros, ambientalistas, pesquisadores, acadêmicos, ativistas, etc.


Ao associar-se você recebe as newsletters eletrônicas, participa de grupos por e-mail e das atividades Slow Food em todo o mundo.

O movimento é bem amplo, e caso você queira saber mais, sugerimos a leitura de "Comida e Liberdade" escrito pelo criador do Slow Food.


Livro comida e liberdade





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Sobre o autor

Frederico Paranhos é formado em gastronomia e publicidade e propaganda, atuou por 5 anos como chef de cozinha e consultor gastronômico. Hoje é redator e desenvolve conteúdo para a internet. Apaixonado pelo movimento slow food que empodera o produtor e enaltece os ingredientes, acredita que pode mudar o mundo pela gastronomia.

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