Entenda o processo de reciclagem em 3 países da Europa.

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Como funciona o processo de reciclagem nos 3 países que mais reciclam na Europa.

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Como funciona o processo de reciclagem nos 3 países que mais reciclam na Europa.


Em relatório disponibilizado pela Agência Européia do Ambiente, Áustria, Alemanha e Bélgica foram os países que mais reciclam lixo desde 2010. Os empregos gerados com a reciclagem do lixo já somam mais de 2 milhões de pessoas e rendem cerca de 145 bilhões de euros por mês.


Bélgica


A Bélgica possui o melhor processo de reciclagem de toda a Europa, reciclando ou compostando cerca de ¾ de todo o lixo produzido. O primeiro decreto estabelecido no país, para tratar dos processos de reciclagem foi estabelecido em 1981, e desde lá todas as metas estipuladas já foram ultrapassadas.


O grande segredo? Você pode estar se perguntando qual foi a receita de sucesso para que o processo de reciclagem na Bélgica seja considerado o melhor do mundo. A resposta está no desenvolvimento das embalagens, um processo previamente pensado.


Intitulada de VLACO, uma instituição sem fins lucrativos foi a responsável por criar algumas ferramentas que auxiliam na manutenção de uma produção limpa. O impacto ambiental de cada embalagem é pensado antes mesmo de elas serem produzidas.


Com um banco de dados online, as empresas podem ter acesso a informações para que possam implementar um processo produtivo mais limpo, com o foco na redução de desperdício e uma relação de materiais, processos e modos de transporte menos invasivos a natureza. E é comum por lá, seguir esse passo a passo para entender sobre o caminho que a embalagem produzida irá seguir.


Outro processo muito eficiente é o PAYT, onde você paga pelo lixo que produz. Impostos são aplicados ao lixo de acordo com o tipo de resíduo, e o quanto se produz. Na Bélgica, todos os habitantes precisam realizar a separação do lixo em lixeiras diferentes. A coleta de papel, papelão e vidro é gratuita, mas o lixo orgânico, plástico e resíduos gerais tem uma taxa específica que é cobrada conforme o volume de lixo produzido.


Áustria


Foi em 1975 que a Áustria começou a realizar a coleta seletiva de vidro, plástico e papel e só em 1989 que se iniciou a coleta de outros tipos de resíduos.


A coleta seletiva é feita em pontos específicos na cidade, chamados de Ecopontos, onde containers coloridos estão dispostos para que a população separe seus resíduos.


Um mapa interativo online é disponibilizado para que todos saibam quais são os pontos de coleta mais próximos de suas residências.


As Öko-Box são uma iniciativa para a reciclagem de um tipo específico de embalagens, as famosas tetrapaks. São embalagens de leite, suco e outros produtos e possuem uma fina camada de plástico e alumínio que são muito difíceis de reciclar.


Anualmente cerca de 7.000 toneladas de tetrapaks são recicladas por intermédio das Öko-Box, que estão presentes em inúmeros pontos de coleta por toda Viena. O processo era realizado por toda a Áustria, mas após decisão da Altstoff Recycling Austria, foi abolido nas outras regiões e mantido apenas na capital.


Outra iniciativa muito interessante que está presente em vários comércios da Áustria, é a máquina de reciclagem de garrafas de cerveja. Ao devolver suas garrafas, você recebe de volta o imposto cobrado pelas garrafas, cerca de €0,09 por garrafa. Você não é pago para fazer a reciclagem, mas recebe a taxa governamental que incide sobre o preço da bebida no momento da compra. Uma iniciativa que estimula a reciclagem de vidro e que simplifica o processo de retornabilidade do material.




O que faz da Áustria uma campeã de reciclagem é a consciência ambiental da população. A separação de resíduos feita na rua, já é um dos processos que visam integrar as pessoas e fazer com que os próprios habitantes fiscalizem a separação uns dos outros.


Diferente do Brasil, em que o processo é feito dentro de nossas casas, a separação do lixo na Áustria faz com que os erros e má intenções sejam minimizadas, já que qualquer um vai poder te ver jogando sacola plástica na caixa de lixo comum, por exemplo.


A temática ambiental é amplamente valorizada desde os primeiros anos de vida das crianças, sendo questão fundamental nas escolas austríacas. Crianças conscientes serão adultos dotados de capacidade cognitiva necessária para entender que a valorização do meio ambiente é uma tarefa necessária e crucial.


Alemanha


O país tem sido muito bem-sucedido no processo de reciclagem. Todo ano são produzidos cerca de 30 milhões de toneladas de lixo e o projeto Green Dot é uma das iniciativas de reciclagem de maior sucesso em toda a Europa.


O processo funciona por intermédio de um imposto inferido diretamente sob os fabricantes, onde cada camada de embalagem possui um ponto verde. Quanto mais embalagem um produto possuir, mais impostos incidem sobre o mesmo. Os fabricantes também se responsabilizam pela embalagem depois que os consumidores terminarem de usá-las. O ponto verde também identifica que a embalagem é propícia para ser reciclada.


Cerca de 1 milhão de toneladas de lixo a menos foram descartados desde a implementação do programa, mas essa não é a única medida tomada pelo governo.


A separação de lixo na Alemanha é rigorosa, e mesmo a separação de vidro, por exemplo, possui algumas exigências. O vidro é separado por cor, onde diferentes slots estão disponíveis para cada cor de vidro: verde, marrom e transparente.


Com o processo de separação por tipo, várias caixas de cores diferentes estão instaladas pelas cidades para que a população faça a separação seletiva dos resíduos.


E a reciclagem é levada a sério pela população, o que contribui para que a Alemanha tenha um dos programas de reciclagem mais efetivos da Europa. Em um contraponto, a rigorosa gestão de resíduos também contribui para o sucesso.

A pré-seleção do lixo feita pela população, faz com que os cofres alemães economizem uma grande quantidade de dinheiro e também reduzam a quantidade de contaminação de terrenos ou aterros que seriam destinados ao despejo e seguinte separação.





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Sobre o autor

Frederico Paranhos é formado em gastronomia e publicidade e propaganda, atuou por 5 anos como chef de cozinha e consultor gastronômico. Hoje é redator e desenvolve conteúdo para a internet. Apaixonado pelo movimento slow food que empodera o produtor e enaltece os ingredientes, acredita que pode mudar o mundo pela gastronomia.

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