Como são os liquidificadores no Japão?

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Como são os liquidificadores no Japão?

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Como são os liquidificadores no Japão?

O Japão é conhecido por desenvolver produtos inovadores nas mais diferentes áreas. Mas como é a tecnologia usada dentro da cozinha? Mais especificamente, como são os liquidificadores no Japão? Será que os japoneses usam tanto o liquidificador quanto os brasileiros? 

Entrei nas principais lojas de venda de eletrodomésticos para descobrir como é a oferta de liquidificadores no Japão. Em uma delas encontrei 65 produtos nas prateleiras, todos diferentes entre si.

Além disso, os japoneses também gostam de acompanhar o que acontece lá fora. Por isso, os modelos de liquidificador disponíveis são tanto de marcas japonesas quanto de estrangeiras. Há produtos importados dos Estados Unidos, da Europa e de outros países da Ásia.

Como são chamados os liquidificadores no Japão?

No Japão, a maioria dos eletroportáteis tem nomes que vêm do inglês. Eles são escritos com um silabário (espécie de alfabeto) específico para as palavras estrangeiras, o katakana.

Demorei para entender que burendaa (do inglês blender, liquidificador) aqui no Japão refere-se ao mixer de mão. Enquanto isso, o termo mikissaa, que em vários lugares refere-se ao mixer de mão, é na verdade como são chamados os liquidificadores no Japão.

Quais são as tendências?

Depois que a Matsushita Electric Industry (agora Panasonic) lançou o primeiro modelo de liquidificadores no Japão, em 1952, o aparelho rapidamente se espalhou entre as famílias japonesas. Hoje, assim como no Brasil, há vários tamanhos e versões diferentes.

Observei que os liquidificadores do Japão têm design clean, enxuto, mas não deixam de ser robustos. Além disso, há muitas bases coloridas, jarras em vidro e diferentes acessórios, que visam maior praticidade no dia a dia.

Outro aspecto que chamou a minha atenção é que existe uma variedade grande de produtos pequenos. A capacidade das jarras inicia em 250ml e, com exceção dos modelos importados, não costuma ultrapassar um litro. Lojas de departamento com menor influência ocidental costumam vender apenas modelos pequenos, de no máximo 600 ou 800ml de capacidade.

Outra tendência são os modelos de liquidificador portátil próprios para sucos e vitaminas. A jarra possui um design de garrafa que, com uma tampa especial, funciona como copo para viagem.

Esse liquidicador vem com dois tamanhos de jarra no estilo garrafa e capas de neoprene.
Design dos copos é feito para caber na porta da geladeira.

Muitos modelos de liquidificador no Japão são acompanhados por uma peça extra que faz o papel de moedor. Nela, pode-se triturar grãos secos, temperos e até moer café. Alguns trazem as três peças em um só produto: jarra normal, jarra no estilo garrafa portátil e moedor.

Modelo 3 em 1. Liquidificador, garrafa e moedor.

Tem até um liquidificador cósmico. O modelo Ozen Cosmic Blender, da marca coreana Hanssem, promete vitaminas mais coloridas e nutritivas ao utilizar uma tecnologia de vácuo que garante menor oxidação dos ingredientes.

Vácuo para menor oxidação.

Os liquidificadores das marcas americanas Vitamix e Cuisinart também estão nas prateleiras do Japão. O mote das propagandas está justamente nos sucos, vitaminas e smoothies. Os modelos mais caros, profissionais, chegam a custar o equivalente a R$ 4 mil.

Quais são as marcas de liquidificadores no Japão?

As marcas que mais encontrei nas lojas são as japonesas Panasonic, Zoujirushi, Tescom, Tiger, Iwatani, Vitantonio, Vitalie, Hitachi, Yamazen; as americanas Cuisinart e Vitamix; as europeias Braun (Alemanha), DeLongui (Itália) e Tefal (França); a singapurense Farrano e a coreana Hanssem.

Os japoneses usam liquidificador?

Depois de ir às lojas, conversei com amigos e colegas para entender se os japoneses usam o liquidificador tanto quanto os brasileiros. Apesar da amostragem ser pequena, foi interessante perceber que alguns comportamentos se repetem.

Das 25 pessoas que responderam às minhas perguntas, menos da metade (dez) possui um liquidificador em casa. Dos que têm, apenas cinco disseram utilizá-lo ao menos uma vez por semana.

Os principais motivos daqueles que não têm um liquidificador em casa são a falta de espaço para guardar o produto e o fato de não sentirem a necessidade de um. Com a rotina puxada de trabalho, muitos japoneses acabam fazendo a maior parte das refeições fora de casa.

O uso do liquidificador pareceu mais frequente por pessoas que praticam esportes, para fazer shakes e vitaminas, e também em casas onde há crianças pequenas, para o preparo de papinhas. Parte dos entrevistados disseram ter aposentando o produto depois que as crianças cresceram.

Algumas famílias disseram usar o processador de alimentos e o mixer de mão como substitutos para o liquidificador, principalmente para fazer sopas (mixer) e em pré-preparos na cozinha (processador). 

Conclusão

Efeito de uma globalização evidente, os liquidificadores nas prateleiras japonesas são muito similares ao que se observa como tendência no Brasil. Já o comportamento das famílias, por mais influência que tenha recebido, ainda mantém características próprias. Hábitos alimentares que passam de geração em geração, além do espaço disponível nas casas e apartamentos, induzem à conclusão de que não, os japoneses não usam tanto o liquidificador quanto nós, brasileiros.

E você, tem um liquidificador em casa? Com que frequência você usa o seu aparelho?


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Sobre o autor

Carolina Lara é formada em Relações Públicas. Atuou como Jornalista por cinco anos e hoje é escritora freelancer. Cozinheira nas horas vagas, adora viajar, escrever, beber vinho e conhecer pessoas. Correr uma maratona e virar vegetariana são seus objetivos atuais.

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