Desempenho e Funções
Design e Acabamento
Praticidade
Conforto Sonoro
Limpeza
Segurança
Outros Pontos
Pontos fortes
Pontos fracos
A Cadence optou por chamar seu liquidificador pessoal de “Blender” (inglês para liquidificador), e disponibiliza apenas o modelo Zoop. Isso não impede de oferecerem variações: o Sport Inox que avaliamos é azul e laranja, tem uma squeeze de tritan e uma jarra de inox. Outra opção é o Zoop Contrast, que troca o azul pelo preto e a jarra de inox por outra de tritan; a terceira opção Dream Rosé Gold é como o Zoop Contrast, mas branco e rosa. Algumas diferenças estéticas menores aparecem, como a troca da escrita na base do Sport por um símbolo no Contrast.
Para este liquidificador pessoal, a marca optou por um design mais comum em relação ao seu modelo anterior, o Cadence Shake Up. A ideia das cores complementares segue viva no Zoop Sport com o azul e laranja, mas no geral a estética forte das fontes de suplemento alimentar perde força para uma aparência bem mais caseira.
Em acabamento, o blender está bom. O encaixe entre as peças foi bem feito, apesar de não perfeito e há algumas regiões com linhas mais ásperas. Apesar disso, não é como se os defeitos fossem graves ou perceptíveis sem um olhar atento.
A base perdeu parte da atenção que o modelo anterior recebeu, e enquanto antes era bem pensada, agora é comum. Não necessariamente ruim, mas comum. É quase quadrada, com 13,3 cm de comprimento, 12,7 cm de largura e com a jarra alcança 36 centímetros de altura. O corpo é feito de plástico mole lustroso, assim como a base.
O material das jarras é superior. A squeeze é de Tritan, material flexível e resistente, enquanto que a jarra metálica e sua tampa são de inox, com capacidade térmica.
A tampa da squeeze é de ABS, plástico mais duro, com uma região de borracha coinjetada para a vedação do bico. Uma alça plástica serve para sustentar e carregar a garrafinha. Ela pode ser travada na posição mais distante, impedindo que vire e bata no rosto ao beber. O que segue solto e pode atrapalhar é a parte que faz a vedação. É possível impedir usando o indicador, mas a área em baixo relevo pode acumular alimento e derrubar no nariz.
Um ponto fraco de ambas as jarras é que somente possuem marcações de máximo. Se pretende se guiar pela squeeze para dosar os ingredientes de uma vitamina, por exemplo, será mais complicado. A jarra de inox indica 430 ml na sua marcação, enquanto que a de tritan aponta 500 mililitros.
Por estarem funcionando de cabeça para baixo, é esperado uma boa vedação de ambas as jarras, o que foi confirmado. Nos testes de vedação, tanto a jarra metálica quanto a plástica passaram sem defeitos. O mesmo comportamento seguiu em todos os testes, com exceção de um.
Em um dos testes houve vazamento considerável de material, e o mais estranho é o fato de ter sido farinha, nada líquido. O acontecimento foi atribuído ao mal posicionamento da borracha de vedação da lâmina, que tem o costume de soltar na hora da limpeza. É bom ficar atento a esta peça que visualmente parecia estar encaixada como de costume, mas pelo ocorrido não estava.
O encaixe é o mesmo do modelo anterior (Shake Up) comparando imagens do corpo e lâminas, é difícil diferenciar. Dito isso, enquanto o liquidificador pessoal anterior era acionado apenas pressionando o copo para baixo ou travando no corpo, aqui é necessário segurar o botão de acionamento.
A opção abre mão de um pouco de praticidade, mas retira o problema passado de retirar a jarra devagar e raspar os encaixes, podendo danificar a região com o tempo. Ao conectar o produto na tomada, uma lâmpada escondida acende a moldura em torno do botão
Não é necessário tanto espaço no armário para guardar este liquidificador da Cadence. Consideravelmente menor que um liquidificador tradicional. Qualquer jarra ocupa o espaço de um copo grande (embora sejam mais altas) e podem ser deixadas conectadas no corpo para reduzir o espaço, porém recomendo a squeeze. Sua base é capaz de ser encaixada na tampa, reduzindo ainda mais o espaço. O Shake Up já fazia isso e de maneira mais proposital, aqui parece encaixar por acaso e qualquer movimento será suficiente para derrubar a tampa do “encaixe”.
O cabo de alimentação é outro ponto que sai atrás do modelo anterior. O cabo do Zoop Sport é menos maleável, menos resistente e 20 cm mais curto do que o anterior: se estende por apenas 85 centímetros. Também perde a cor na paleta do produto, porém possui espaço para enrolar o cabo na base, e a posição de saída não conflita com o funcionamento do produto.
Devo admitir que a velocidade deste liquidificador pessoal me surpreendeu, a única opção disponível rotaciona as lâminas a 28150 rotações por minuto, é o mais rápido dos liquidificadores pessoais que avaliamos até agora. O motor declarado de 600W está bem dimensionado, em vazio estabiliza em 160W, e não medimos além de 350W (58% do declarado).
O corte seco apresentou características bem comuns entre liquidificadores pessoais. Ao lidarmos com muitos grãos (em torno de 250g), o Zoop Sport falha em movimentá-los adequadamente, e uma camada de grãos acaba se formando no topo sem nunca tocar nas lâminas. O resultado ainda é superior a alguns liquidificadores pessoais (Hamilton Beach, Oster My Blend, e Philco Fit Retrô), mas fica próximo de liquidificadores tradicionais de desempenho mediano como o Britânia BLQ1300.
Adicionando uma menor quantidade de grãos o resultado muda de figura, com 150g este modelo da Cadence já é capaz de movimentar bem o alimento em seu interior e assim o corte é mais eficiente. O que com 250g eram 47% de grãos não cortados cai para apenas 4%, e quase metade do alimento vira farinha. Entre os liquidificadores pessoais, nesta etapa se equipara aos melhores avaliados até então, junto com o Electrolux Explore 7 e Cadence Shake Up, ficando pouco abaixo do Mallory B.Power.
Enquanto os resultados com ambas as jarras foram bem parecidas para grãos, no corte de líquidos não é bem assim. Observamos que quando usado a jarra de inox, parte da casca do limão utilizado permanecia intacta. Fato que não se repetiu ao usarmos a squeeze. A diferença é interessante pois o interior de ambos é bem parecido, e as lâminas são as mesmas. De qualquer forma fica a prova de como mudanças leves no interior da jarra podem alterar o corte dos alimentos.
Estes testes foram feitos com um quarto de limão, porém para efeitos de comparação realizamos outro teste com um limão inteiro, assim como é feito nos liquidificadores tradicionais. Só de colocar a fruta no interior percebe-se a diferença, ela possui liberdade bem menor nestas jarras em comparação a um liquidificador comum. O resultado que tivemos foi bem único, como se o limão tivesse sido escavado. Um bom pedaço de casca intocado, e o interior totalmente batido. É bom ao menos cortar frutas ao meio antes de adicionar no Zoop Sport para obter melhor homogeneidade, e usar de preferência a jarra de tritan.
Para picar gelo as recomendações são parecidas: poucos cubos por vez, e de preferência pequenos. Utilizamos 6 cubos de gelo e o resultado agradou bastante. Pulsando 10 vezes foi suficiente para transformar grande parte em neve. Dentre os seis, dois cubos não sofreram muito a lâmina e saíram grandes, mas de resto o resultado foi bem positivo. Quanto ao dano às lâminas, não identificamos grandes mudanças. Houve sim, certo dano ao metal, porém menor. Se pretende utilizar com frutas congeladas ou gelo em si deve atender, mas com certo tempo terá impactos no corte do produto.
Estampado na caixa do produto, o INMETRO classifica o ruído do Zoop Sport com 95 dBA, e não é sem motivo. Aqui na Harpyja percebemos que o ruído deste liquidificador pessoal é bem alto, em praticamente qualquer situação medida. Observamos uma média de 85 dBA, que o coloca como liquidificador pessoal mais barulhento que avaliamos.
Apesar do corpo pequeno, a peça bem no centro do Zoop Sport cria vincos em grande parte do corpo que podem se tornar locais de acúmulo. A moldura do botão de acionamento e os ângulos fechados na base também acumulam alimentos finos como farinha. Por conta do plástico liso, recomenda-se limpar apenas com pano úmido. O processo é rápido, mas atente-se a riscos no material mole.
Para a squeeze riscos também são um problema, o tritan é resistente porém ainda pode riscar com o lado mais abrasivo das esponjas. A jarra de inox não deixa marcas de dedos, mas lembre-se de secar após a lavagem para evitar manchas. Um infortúnio compartilhado pelas jarras é que sua boca pequena e profundidade dificultam a limpeza completa das paredes e fundo. Sem uma escova ou meio de estender o acesso à esponja, podem ficar resíduos de alimentos grudados nas paredes.
A lâmina por outro lado é removível, e acessar ela não é um problema. Os quatro dentes tem certa distância da base e não são pontudos. A base da lâmina tem locais mais propícios ao acúmulo. É uma região que não está em contato direto com alimentos, porém se sujar ou houver vazamentos, vai demandar uma escovinha. Durante a limpeza da lâmina se atente ao anel de silicone, ele sai e não colocá-lo de volta no lugar impede a vedação adequada (como citado anteriormente).
Não é recomendado deixar o Zoop Sport ligado por muito tempo, no manual citam apenas 30 segundos. Esse ponto apareceu nos testes, é possível utilizá-lo por mais tempo, porém levanta um cheiro moderado de verniz queimado. Pelo o que observamos (1 minuto contínuo) não acontece nada além disso, mas dá a impressão de estar chegando perto dos seus limites e é melhor se manter longe deste caso.
Em nenhum momento o liquidificador pessoal da Cadence esquentou demais, pelo menos não o corpo. A parte metálica no encaixe da lâmina esquenta rapidamente ao bater qualquer alimento. A região é pequena e a temperatura está longe de absurda (por volta de 65°C), mas pode surpreender e incomoda se tocar. Esse tipo de comportamento é comum quando o encaixe é de metal no metal, mas aqui acontece apesar do plástico.
Mesmo conectando as lâminas na base, sem jarra o produto não liga. Assim não há perigo das lâminas girarem desprotegidas.
Na base, as 4 ventosas presentes mantém o produto estável em superfícies lisas. A sucção é moderada mesmo em superfícies um tanto mais rugosas, e impedem a movimentação. Vibração ocorre, mas é baixa.
Falar da resistência das jarras nesse produto traz um tom mais positivo que a maioria das avaliações. Já comentamos algumas vezes sobre os materiais, porém num mercado onde é comum jarras finas de SAN e Acrílico, o Inox e Tritan são mudanças bem vindas. Sendo objetivo, dificilmente poderia ser diferente. Trazer estes materiais mais baratos inviabilizaria o uso das jarras como garrafinha após a primeira queda, mas ainda é merecedor de certa atenção. A tampa da squeeze é feita de ABS, e a alça é o ponto mais fraco: fino, móvel e frouxo; tome cuidado.
No site oficial da Cadence e em várias lojas de varejo é possível encontrar substitutos para as jarras. Em fevereiro de 2023, encontramos a jarra de inox por volta de R$ 85 e a de tritan na faixa de R$ 70. Para quem usa com certa frequência pode ser uma boa opção, e é fácil de encontrar as variantes preto e azul da squeeze para ajudar a diferenciar. A variante laranja pode ser mais facilmente encontrada na loja da Cadence, com valor concorrente ao do varejo. Se realmente compensa, dado o valor do produto completo e os das jarras, é outra discussão que depende principalmente do uso pessoal de cada consumidor.
A Cadence oferece 12 meses de garantia.
Em comparação com o modelo anterior, o design sofreu mudanças que não atingiram o nível do Shake Up. Apesar disso, a Cadence trouxe opções interessantes com jarras diferentes e não deixa a desejar em desempenho. Se ruído não trazer grande incômodo para você, o Cadence Zoop Sport é uma opção forte a se considerar.
